vivo ou morto, um problema

Reflexão e resistência em "vivo ou morto, um problema"

"vivo ou morto, um problema", de Link do Zap, transforma lembranças pessoais e arrependimentos em uma crítica direta à injustiça e à superficialidade do mundo. O verso “Dê a César o que é de César / A mim, dê esse mundo que eu tenho um plano pra deixar ele melhor” faz referência à expressão bíblica, mas aqui é ressignificado para mostrar o desejo do artista de assumir responsabilidade e promover mudanças, contrastando com a sensação de impotência diante das falhas humanas. A saudade da infância, o lamento por oportunidades perdidas e a solidão aparecem em versos como “Eu não teria ficado na arquibancada sozinho / Eu teria ido jogar bola” e “E a cada ano que passa eu sinto que eu sou de outro mundo”, revelando uma maturidade crítica diante da vida e do tempo que passa.

A participação de Nabru reforça a ideia de que a vida é frágil e incerta, trazendo experiências de risco e sobrevivência: “Eu vivi algumas vezes o que podia ter sido a minha última noite / Por isso todo dia é meu, aproveito bem cada minuto”. A menção à “salada caesar” brinca com o nome do prato e a referência anterior a César, misturando cotidiano e filosofia de rua. O refrão “Porquê eu vou ser um problema até depois de morto” e a frase “Eu vou tá viva até depois de morta” mostram que tanto Link do Zap quanto Nabru se veem como figuras que desafiam normas e incomodam o sistema, mesmo após a morte. A música mistura nostalgia, crítica social e afirmação de identidade, usando experiências pessoais para transmitir uma mensagem de autenticidade e resistência.