doomsday

Relações tóxicas e libertação em "doomsday" de Lizzy McAlpine

Em "doomsday", Lizzy McAlpine utiliza metáforas funerárias para expressar a intensidade do sofrimento causado pelo fim de um relacionamento. A artista compara o término a uma morte literal, como nos versos “I don't get a choice in the matter / Why would I? It's only the death of me” (Eu não tenho escolha nessa questão / Por que teria? É só a minha morte), deixando claro o sentimento de impotência diante do fim. Imagens como “pull the plug” (desligar os aparelhos) e o planejamento de um funeral reforçam a ideia de que o término é inevitável e devastador, mas tratado com uma frieza quase clínica, refletindo o distanciamento emocional do parceiro, chamado de “a goddamn machine” (uma maldita máquina) e “narcissist” (narcisista).

Segundo a própria Lizzy McAlpine, a música nasceu da experiência de estar presa em um relacionamento tóxico, sabendo que o fim era certo, mas sem conseguir tomar a iniciativa por ainda estar apaixonada. Isso aparece em versos como “I think there's good in you somewhere / I'll hang on till the chaos is through” (Acho que há algo de bom em você em algum lugar / Vou aguentar até o caos passar), mostrando esperança e apego mesmo diante do sofrimento. O sarcasmo também está presente, como em “book the marching band to play as you speak” (contrate a banda marcial para tocar enquanto você fala), sugerindo que o término é tratado como um espetáculo público. Ao final, a frase sobre se sentir mais livre “six feet in the ground” (dois metros abaixo da terra) inverte a lógica da morte: apesar da dor, o fim traz alívio e liberdade, marcando uma fase de honestidade e maturidade emocional na carreira de Lizzy McAlpine.