Clair-Obscur (feat. Alice Duport-Percier)

Dualidade e imaginação em “Clair-Obscur (feat. Alice Duport-Percier)”

Em “Clair-Obscur (feat. Alice Duport-Percier)”, Lorien Testard utiliza uma língua inventada não apenas como um recurso estilístico, mas como uma forma de aproximar o ouvinte da música sem barreiras linguísticas. Isso reforça a ideia de que a mensagem da canção é universal e acessível a todos, independentemente do idioma. O título faz referência à técnica artística do claro-escuro, sugerindo desde o início a dualidade entre luz e sombra, realidade e sonho, que é central tanto na estética do jogo “Clair Obscur: Expedition 33” quanto na atmosfera da música.

A letra mistura palavras inventadas com referências à cultura francesa, como “Eiffel”, “Lutece” (nome latino de Paris) e “Renoir”, evocando imagens da Belle Époque e do cenário parisiense. Trechos como “Trouble de rature, courbera Eiffel” e “Guardéo peinture, trouvera sans elle” reforçam a ideia de transformação e busca: a Torre Eiffel, símbolo de Paris, aparece “curvada” ou distorcida, sugerindo um mundo de sonhos onde arte e realidade se misturam. O uso repetido de “Clair-Obscur” na letra destaca a tensão entre opostos, enquanto a melodia e a voz de Alice Duport-Percier transmitem contemplação e melancolia, alinhando-se à proposta de Lorien Testard de explorar a expressividade da voz humana como instrumento.

Assim, a música cria uma ponte entre o real e o imaginário, entre o passado artístico da França e a fantasia do universo do jogo. A ausência de um significado literal nas palavras permite que cada ouvinte interprete a canção de forma pessoal, tornando “Clair-Obscur” uma experiência sensorial e introspectiva.