Añoranzas
¿Qué tiene la chacarera?
¿Qué tiene que hace alegrar?
A los viejos zapatear, a los mudos la tralalean
Y los sordos se babean cuando la sienten tocar
Es tristeza, es alegría
Es una danza, es canción
Es alma de una región que evoca la raza mía
Ella es rara melodía nacida del corazón
Su cuna fue un humilde rancho y un bombo la bautizó
Un paisano la cantó con versos improvisados
Salavina la ha reclamado diciendo que allá nació
Ella nació como yo en los pagos del mistol
Donde quema mucho el Sol, se pita cigarro en chala
Donde se cantan vidalas y el ser criollo es un honor
Chacarera, chacarera, melodía montaraz
Sos arrullo de toro y cabra, nido de tigre y puma
Sos más criolla que ninguna y a ti te quiero cantar
Cuando salí de Santiago, todo el camino lloré
Lloré sin saber por qué, pero yo les aseguro
Que mi corazón es duro, pero aquel día aflojé
Dejé aquel suelo querido y el rancho donde nací
Donde tan feliz viví, alegremente, cantando
En cambio, vivo llorando igualito que el crespín
Los años ni las distancias jamás pudieron lograr
De mi memoria apartar y hacer que te eche al olvido
Ay, mi Santiago querido, añoro tu quebrachal (se acaba)
Mañana, cuando yo muera, si alguien se acuerda de mí
Paisanos, les vo' a pedir, si quieren darme la gloria
Que toquen a mi memoria la doble que canto aquí
Y que venga la segunda
En mis horas de tristeza, siempre me pongo a pensar
Cómo pueden olvidar algunos de mis paisanos
Rancho, padre, madre, hermano con tanta facilidad (achalay)
Santiagueño no ha de ser el que obre de esa manera
Despreciar la chacarera por otra danza importada
Eso es verdad, mancillada a nuestra raza campera
La otra noche, a mis almohadas mojadas las encontré
Más, ignoro si soñé o es que despierto lloraba
Y en lontananza miraba el rancho aquel que dejé (se acaba)
Tal vez, en el campo santo no haya un lugar para mí
Paisanos, les vo' a pedir antes que llegue el momento
Tírenme en campo abierto, pero allá donde nací
Anseios
O que tem esse ritmo Chacaera?
O que ele tem que traz tanta alegria?
Que faz os velhos sapatearem e os mudos tagarelarem
E os surdos babam quando escutam tocar
É tristeza, é alegria
É uma dança, é uma canção
É a alma de uma região que evoca minha raça
Ela é uma rara melodia nascida no coração
Seu berço é um humilde rancho e um tambor que a batizou
Um compatriota a cantou com versos improvisados
Salavina a reinvidicou e disse que foi lá que ela nasceu
Ella nasceu como eu, nas raízes da árvore de Mistol
Onde o sol queima, e o cigarro se fuma na palha
Onde se cantam as vidalas e ser crioulo é uma honra
Chacarera, chacarera, uma melodia selvagem
É a cançao de ninar do touro e da cabra, é o ninho do tigre e do puma
Você é mais crioula do que qualquer outra e quero cantar para você
Quando eu saí de Santiafo, por todo o caminho eu chorei
Chorei sem saber por que, mas eu lhes asseguro
Que o meu coração é forte, mas aquele dia ele se amoleceu
Deixei aquele solo querido e o rancho onde eu nascí
Onde eu vivi tão feliz e alegramente eu cantava
Em troca, vivo chorando igual um pássaro Crespín
Nem os anos, nem as distâncias jamais puderam me fazer esquecer
Ou da minha memória separar e fazer com que eu me esqueça
Ai, minha querida Santiago, sinto falta de Quebrachal (acabou)
Amanhã, quando eu morrer, se alguém se lembrar de mim
Compatriotas, eu lhes vou pedir, se alguém quiser me dar glória
Que toquem em minha memória, essa música que toco aqui
E que venha a segunda
Nas minhas horas de tristeza, sempre me penso
Como conseguem esquecer alguns dos meus compatriotas
Rancho, mãe, pai, irmão com tanta facilidade (Achalay)
O povo de Santiago não deveria ser o único a agir assim
Desprezar a chacaera por outra dança importada
Isso é a verdade, manchando a nossa raça campeira
Na outra noite, minhas almofadas estavam molhadas
Mas, não sei se sonhei ou se acordei chorando
E ao longe, olhei o rancho que deixei para trás (acabou)
Talvez, em um campo santo não existe lugar para mim
Compatriotas, vou lhes pedir antes que chegue o momento
Me joguem em campo aberto, mas naquele lugar aonde eu nasci