Mentras Eu Peno

Enquanto Eu Sofro

Mentras Eu Peno

Quando a lua apareceCando a luniña aparece
E o sol nos mares se escondeI o sol nos mares se esconde
Tudo é silêncio nos camposTodo é silencio nos campos
Tudo na beira dorme.Todo na ribeira dorme.

Ficam as planícies sem gente,Quedan as veigas sin xente,
Sem ovelhinhas nas montanhas.Sin ovelliñas os montes.
As fontes sem rosas vivas,As fontes sin rosas vivas,
As árvores sem cantores.Os árbores sin cantores.

Vou perguntando aos ventos,Vou preguntando ós airiños,
Vou perguntando aos pastores,Vou preguntando ós pastores,
As ondas verdes eu questionoAs verdes ondas pregunto
E ninguém, ai, me responde.E ninguén, ai, me responde.

Os ventos mudos passam,Os aires mudiños pasan,
Os pastores não me ouvem,Os pastorciños non me oien,
E as ondas surdas se perdendo,I as xordas ondas perdendo,
Outras pedras se quebram.Outros penedos se rompen.

Que triste, que hora tão triste aquelaQue triste, que hora tan triste aquela
Onde o sol se esconde.Onde o sol se esconde.
Talvez enquanto eu sofroQuizás mentras eu peno
Nos meus pesares você se divirta.Nos meus pesares ti goces.

Quando a lua apareceCando a luniña aparece
E o sol nos mares se escondeI o sol nos mares se esconde
Tudo é silêncio nos camposTodo é silencio nos campos
Tudo na beira dorme.Todo na ribeira dorme.

Aí está o meu coração,Aí tes o meu corazón,
Se você quiser matá-lo, pode.Si o queres matar ben podes.
Mas como você está dentroPero como estás ti dentro
Se você o mata, também morre.Si o matas tamén ti morres.

Lá, lá, lá, lá...La,la,la,la...