Na Rua de Trás

Eu sinto dor no meu corpo
Um pedaço de mim está morto
Estou preso em um lugar sem saída
E eu só quero sair por aí dando soco

Mas não adianta
Se for em ponta de faca, só irei me cortar
Assim como o martelo que quebra o copo
Será o martelo pode o consertar?

Blá blá blá blá
Pode parar
A causa da dor não pode mudar nada

Quando a espada perfura o homem
É o homem que irá lava-la?

Sujando de sangue
Sua mão, sua pia, sua escrita e até sua caneta
O predador é sempre julgado
Mas por que que ninguém nunca julga a presa?

Em uma sala de espelhos
Envolto a tantos reflexos
Assusto o meu próprio medo
Eu mesmo fico perplexo
Eu mesmo não é o sujeito
O sujeito é bem mais complexo
Você nunca irá entender
A melancolia por trás de 2 circunflexos

Amigos morrem na rua de trás
Também vou morrer tô fodido
Mendigos falecem nas praças
E quando eu morrer, vá comigo

Só quero que cê me abrace
Que não me deixe aqui sozinho
A vida é horrível, no mundo fracasso
Respeito direto da vila que eu venho

Eu tenho, sanidade de que as vezes as pessoas mentem
E dizem que está tudo bem
Recentemente crowley
Antigamente eazy-e

Lembra da thalia mendes?
Lembra do kurt cobain?
Lil peep, sorrindo só para fazer as pessoas felizes

Aparenta estar feliz
Mas a voz lhe prova o contrário
Quer aprender como foi que eu fiz?
Então ao menos se dê ao trabalho
Olhe bem eu ainda estou aqui
Então por que tu saiu do meu lado?
E precisa de um motivo?
Tá me achando com cara de otário?

Dessa vez eu irei ficar
Pra me quebrar como um refratário?
Foram mais de 6 ligações
Telefonemas são rejeitados
Eu não posso brincar de esquecer
Não consegue esquecer do coitado?
O fato é que eu sempre volto
Sempre volta a quebrar nosso laço

O corpo relaxa, e a mente não
Me sinto expurgado pelo meu colchão
A vida é bruta e eu, egoísta, dei com a minha cara no chão

Sempre dá certo, as vezes não
Nada dá certo, as vezes dão
Quero que saiba que o sempre tem fim
E que sempre termina em decepção

Se algum dia eu for eu preciso que você vá comigo
Não me deixe aqui sozinho, a vida é dura, ah

Com meu olfato galáctico
Sinto odores fantásticos
Como cão, faro esse cheiro de espaço podre

Tá no meio dos matos
Onde os gritos são sádicos
Sanguessugas bebem seu sangue nos odres

Te veem como lagartos
Onde os gatos são ratos
Sapatos gastos
Malditos tempos de hoje

São grandes problemas
Em um pequeno espaço
Por causa disso sinto nojo! Se enjoe!

Te tornaram em um estrategista burro
Não percebem ser um ser humano falho
Indeciso fica em cima do muro
E o mais esperto sempre passa pro outro lado

Se for vivo se meterá em apuros
Qual é a graça de viver sem estar neles?
Treine seu olho pra enxergar no escuro
Se tu for burro cairá na trap deles

E eu sobrevivo na penumbra
Com medo da minha sombra
Noites de poucos sonhos
E a culpa é da minha insônia

Já fazem meses que mal durmo
Criatividade escassa
E ainda assim tenho que pensar
Fazer metáfora
Y'all