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Pampa Em Luto

Luidhi Moro Muller

Letra

    Era quase meio dia
    Mateava em frente ao galpão
    Contemplando uma amplidão
    Que estava prestes a ganhar

    A cuia caiu por terra
    Quando o corpo esmoreceu
    E sua alma se desprendeu
    Pra se tornar parte do ar

    Morreu sem dizer adeus
    Aos que ele mais gostava
    E só o mate que cevava
    Testemunhou a partida

    Deixou pra china um ranchito
    Lá no fundo do potreiro
    E um boi brazino carreiro
    Ex parceiro de sua lida

    Nós vivemos numa estância
    Onde o Supremo Patrão
    Governa de outro rincão
    Com o seu semblante oculto
    E quando chama um campeiro
    Pra ser posteiro em outra lida
    Nos restam as despedidas
    E pampa inteira de luto

    Aos lumes do fim do dia
    Saíram em procissão
    Murmurando uma oração
    Pela alma do campeiro

    Seguiu o caixão fechado
    No ringir de uma carreta
    E na frente à batina preta
    Santificando o terreiro

    Foram chegando no tranco
    Do boi brazino carreiro
    Quando negror estreleiro
    Já era rei em campo santo

    Fizeram última prece
    Logo em frente à capela
    Lumiada a fogo de vela
    E fachos de pirilampos

    O vento soprou mais forte
    Quando baixaram caixão
    Que até as folhas no chão
    Brincavam de carrossel
    Como é dizer que o gaúcho
    Já pairava descansando
    E um novo mate cevando
    Na estância eterna do céu


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