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Funeral da Coxilha

Luiz Marenco

Letra

    Repousa o corpo tranquilo
    No funeral da coxilha
    Terra bordada em flechilha
    É o catre de quem retorna
    A tarde em comprida forma
    Das guanxumas e alecrins
    Não há tristezas nem fins
    Na morte que o campo adorna

    Não há tristeza no pio
    Da perdiz ciscando a vida
    Não há fim quando a partida
    Vai se tornando chegada
    Quem foi de campo e de estrada
    Não quer melhor companhia
    Que o largo das sesmarias
    Ao luxo de uma invernada

    Morreu num final de tarde
    Entre pasto rebrotado
    Quando uma ponta de gado
    Buscava a paz de algum capão
    A noite acende um clarão
    Prendendo velas miúdas
    Em dois olhos de coruja
    No castiçal de um moirão

    E o campo todo recebe
    Corpo e alma em funeral
    Se tornará cinza e sal
    Fundida com terra e água
    E o choro da madrugada
    Que entre seus pelos entranha
    Da brilho a teia da aranha
    Na macega, deu pousada

    Por isso que minha gente
    Jamais enterra um cavalo
    O campo sabe cuidá-lo
    Quando pra nós tudo encerra
    A natureza não erra
    Ressuscita na coxilha
    Nas flores da maçanilha
    Graça e força sobre a terra

    Composição: Luiz Marenco / Sergio Carvalho Pereira. Essa informação está errada? Nos avise.
    Enviada por Sabrina. Revisões por 2 pessoas. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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