Schwarzer Engel

Anjo Negro

Schwarzer Engel

Um olhar, frio como uma noite de inverno,Ein Blick, kalt wie eine Winternacht,
De olhos mortos, fixos e vazios...Aus toten Augen, starr und leer...
E ainda assim grita dolorosamente o desejo,Und doch schreit noch qualvoll das Verlangen,
Por um instante que ninguém viu.Nach einem Augenblick, den niemand sah.
Um rosto que não é nenhum,Ein Gesicht, das keines ist,
Em um sarcófago de gelo e neve.In einem Schrein aus Eis und Schnee.
O vento, o lamento mudo de lábios mortos,Der Wind, toter Lippen stummes Wehgeschrei,
Irreal, distante, e ainda assim tão perto.Unwirklich, fern, und doch so nah.
Um semblante, cujos tormentos ninguém conhece,Ein Antlitz, von dessen Qualen niemand weiss,
Que arde como uma tocha, solitário,Das wie eine Fackel lodert, einsam,
Aprisionado, além das facesGekerkert, Jenseits der Gesichter
Na realidade sonhadora.In traeumender Wirklichkeit.
Um anjo negro, cujo nome ninguém sabe,Ein schwarzer Engel, dessen Namen niemand kennt,
Cujo ser está morto e ainda assim vive,Dessen Sein tot und doch lebendig liegt,
Em um túmulo de raiva fria,In einem Grab aus kaltem Zorn,
Que ainda sangra de antigas dores.Der noch aus alten Schmerzen blutet.
Quem pode beber teu sangue,Wer vermag dein Blut zu trinken,
A sensação de uma noite fria de inverno?Das Gefuehl aus einer kalten Winternacht ?
Anjo negro, quanta dor nos uneSchwarzer Engel, wieviel Leid verbindet uns
Desde aquela noite de crueldade?Seit jener Nacht der Grausamkeit ?
Quando nossas almas se tocaram,Als uns're Seelen sich beruehrten,
Por um instante e ainda assim por muito tempo...Fuer einen Augenblick und doch fuer lange Zeit...