exibições de letras 233

Solidão

M26

Letra

    Dissipam-se as brumas ao fim da noite
    Negra e vasta imensidão desolada
    Assim em infinita brevidade
    A solidão é boa quando voluntária

    Temes a ti mesmo
    Mais que a própria morte
    Pérfida batalha
    Travas contra a sorte

    Quero subir o morro mais alto
    (O homem inveja o voo do pássaro)
    Quero livre andar por verdes campos
    (O som da água alcançando as pedras)
    Quero respirar vapores clarificantes
    (Já elevastes teu espírito hoje?)
    Quero acender minha última vela
    (A solidão é boa quando voluntária)

    Do alto da minha solidão contemplo o mundo
    Derradeiro afastamento que da vida me aparta
    Férrea decisão de desdém à humanidade
    E enquanto os mortos riem da dor dos que estão vivos
    Eu humildemente choro
    Choro por alguns mas não por todos
    Choro por aqueles que aceitaram a árdua condição
    De redentores de si mesmos
    E ainda assim caem na ilusão

    Florescem as ruínas minadas de dor
    Na ignorância eminente de tua penúria
    Unificado o ciclo, propagam-se nos horizontes
    Melodias que de meu semblante emanam

    Foges de teu medo
    Oculta-o de ti mesmo
    Mas diante do espelho
    Desvelam-se os segredos

    Quero perplexo blindar a morte
    (Assim em absoluta relatividade)
    Quero entender metade do que se passa
    (Negra e vasta imensidão desolada)
    Quero passar como passam os pássaros
    (Visão romantizada do passado)
    Quero ficar como ficam as pedras
    (Em um dia nublado de folhas verdes)

    O amargo fel que em teus lábios bebi
    Oceano sem luz, escuridão
    Nas tuas negras vagas o pavor senti
    E mergulhei em teus braços, ó fria ilusão

    Ó loucura que adentra meu ser
    Quebra estes grilhões
    Liberta-me!

    Sinto a dor, a angústia e o medo
    Que me corrói
    E o chão sob meus pés se esvai
    A maldição
    Que agrilhoa com vis correntes de ilusão
    Saibam seu nome
    Solidão

    Imo sens

    A insanidade que adentra teu ser
    Abrasa sua amargura
    Toda a quietude da alma dilacerada
    Num único instante aniquilada

    Temes a ti mesmo
    Mais que própria sorte
    Pérfida batalha
    Travas contra a morte

    Quero saber o que sabem os velhos
    Dissipam-se as brumas ao fim da noite
    Quero sentir o que sentem os jovens
    As flores cobertas de orvalho ao amanhecer
    Quero pensar que tudo é sublime
    Imaginação criando música e poesia
    Quero assim chegar ao fim desta invernada
    Plenamente satisfeito em ver nada!

    Em meio ao silêncio e a escuridão
    Contemplo ante luzidio espelho
    Toda a ilusão que criei
    Cuspindo farpas e espinhos de um ódio
    Que insiste em meu peito queimar
    Ante o malogro desta existência
    Que a cada dia um tanto se esvai
    E nesta sina de angústia e auto-destruição
    Caminho só, a trêmulos passos
    Até que retorne
    A noite do ser


    Comentários

    Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

    0 / 500

    Faça parte  dessa comunidade 

    Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de M26 e vá além da letra da música.

    Conheça o Letras Academy

    Enviar para a central de dúvidas?

    Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

    Fixe este conteúdo com a aula:

    0 / 500

    Opções de seleção