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Guerras Mentais

Macedo

Letra

    Eu acordo em meia guerra
    Bom Dia Vietnã
    Minhas guerras são mentais
    Bom dia Goianã
    Faz um tempo que minha mente não tá sã
    Tô morrendo para viver à base de Clonazepam
    O rap minha igreja minha alma é de alquimista
    Mostrando pra esse Padre como é que reza missa
    Eu não estou me drogando avisa para minha família
    Mas o rap é a maior droga que já usei em minha vida
    Estou trocando a noite pelo dia
    Wzy dropando as batidas
    E eu tendo overdose de rima
    Vai então, bota na minha cara a tarja preta
    Sou mais um menor julgado por te a pele parda, preta
    Enquanto mãe se dopa com remédio tarja preta
    Orando pro filho n tromba com verme de farda preta
    Deus que me livre e me proteja

    Acho que na madruga e melhor tromba o capeta
    O sonho da minha mãe era me ver de jaleco branco
    E a enfermeira chamando Dr Thierry Macedo
    Mas, eu só consigo ver minha raça
    Tombando famílias chorando e eu de luto terno preto
    Cortando mais do que navalha, matando minha fome e MC’s de batalha
    Oração pra me defende da inveja e da raiva
    Que bala e inimigo contra mim por terra caia
    A questão não e o seu pecado Zé
    Mais a forma que você vai volta pro pó
    Você vive desacreditado igual Tomé
    Enquanto me fortifico com a minha fé de Jó
    Quem veio pra pregar o amor foi pregado
    Humilhado e julgado de bandido
    Fiz o lixo visto com valores misto

    Foi o governo e o soldado que crucificou messias Cristo
    Eu tô tipo Hórus olho que tudo vê
    Mas meu outro olho representa o meu corpo fechado
    E eu quero que se foda o seu padrão de beleza
    Não traz riqueza e nem comida no meu prato
    E ai professora eu não estava estagnado?
    O meu futuro não era empacotador de mercado?
    Parece que fiz até um pacto
    A cada som lançado brota também um novo contrato
    E tô, mais procurado do que a lança do destino
    Tentando tirar o lança da mão do menino
    Que na madruga não vê rosas só espinho
    50 conto uma marmita e a pochete cheia de pino
    Vocês viram minha vitória sim
    Mas não viram meus corre na rua muito menos minha luta

    Antes de fala de algo que fiz, para de chupa pau de tabela
    Beijando boca de puta
    Empresário e racista sua filha pula a janela
    Pra conhecer o baile da comunidade
    Se fala que nosso cabelo e de bombril
    Mais ela que conhece as mil e uma utilidade
    Eu sei que faço mais do que o previsto
    Mais tenho que fazer notas porque o tempo não para
    As tia diz que tenho cara de bandido

    Sua filha tá querendo ter um filho com minha cara
    Burguês que fala que e por status criança no crime
    Seis acha que desnutrição na favela e regime
    Não confio nem quem me chama de irmão
    Enfim, não sou Abel pra morrer pra Caim
    Dessa forma que eu sigo o ritmo
    A fome não e clitóris mais e estimulo
    Se eles querem que eu me venda mas só meu show que e vendido
    Eu vou voltar governando como José no Egito


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