Não Me Para (part. Derek)

Racismo, resistência e orgulho em "Não Me Para (part. Derek)"

A música "Não Me Para (part. Derek)", de Major RD, aborda de forma direta o racismo estrutural e a resistência enfrentada por pessoas negras no Brasil. Logo no início, o verso “Vocês não conseguem ver preto vencendo e prevalecendo os melhores lugares” evidencia o incômodo social diante do sucesso negro, mostrando como a ascensão de pessoas negras ainda é vista com estranhamento e resistência. O contexto da internet e das redes sociais também é citado, reforçando a dificuldade de aceitação de negros em posições de destaque e riqueza.

A letra denuncia a violência policial nas favelas, como nos trechos “operação da polícia no morro é motivo de enterro” e “sempre me abordam com fuzil na cara”, conectando a música à realidade de muitos jovens negros que enfrentam brutalidade e preconceito diariamente. O refrão “Não me para, ando na treva, você não me encara” funciona como um mantra de resistência, mostrando a determinação do artista em seguir em frente apesar das adversidades. Metáforas como “leão da selva” e “trovão da cena” reforçam a força e o protagonismo negro. Ao dizer “Eu tirei alguns nego do tráfico”, Major RD destaca seu compromisso com a transformação social. Já o trecho “Sei que é foda ver um preto na mídia, sei que é foda ver um preto num Audi” escancara o preconceito ainda presente quando negros conquistam visibilidade e bens materiais. A participação de Derek amplia a mensagem de perseverança e orgulho das origens, inspirando outros a não desistirem diante dos obstáculos.