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Lockdown

Mano Sassa

Letra

    A favela sempre teve uma voz
    E a voz da favela é o rap
    Parece antigo esse tipo de comentário
    Mas os moleque não tá de chapéu
    A forma que eles fala e denuncia é o rap
    Por isso que eu acredito na revolução através do rap

    São uns moleque de ouro
    Perseverança, amigo, vale mais que o tesouro
    Papo reto, mano, seu talento é estouro
    Regresso na vila 20 20 é pancada
    Mas, se nós encosta ideia é mil cilindrada
    Visão ascendente muita fé é quebrada
    Pro fiel e justo pode vir tempo ruim
    Que quando o rio fluir do outro lado
    Vão acreditar que a esperança é logo ali
    Se brilhar os olhos é fruto da dona nizen
    Guaraci meu berço leste, parça é minha siglei
    Pra quem corre e luta sem qualquer expectativa
    Marca da viela beco e beco enfim uma saída
    Pode acredita, o dia vai raiar
    E na melhor vamo fortalecer
    E quando acontecer daquele modem
    Lembra da família porque o resto é ilusão
    A lei do beco é assim
    Porque o resto é ilusão, meu irmão
    Na minha quebrada é assim
    Nos é berço guaraci, fí

    Coadjuvante em Hollywood chama don Juan
    Aqui é capão, protagonista, ator do Vietnam
    Onde os robinho chupa halls de hortelã
    E salvação só (Jesus cristi number one)
    Fugindo da matrix
    Se esquivando das falsa
    Uma parte ominitrix
    Esperando seu final
    Aqui os maus se acham bons e os bons os maus
    Onde heróis estão confinados em vinceslau
    Muita pressão pra um menino-homem prematuro
    Infelizmente o ódio funciona como escudo
    Isolamento pros moleque não é novidade
    Há muito tempo já excluso da sociedade
    Favela sangue os boy ostenta série Netflix
    Um favelado isolado na beira do rio
    E no barraco a mãe remenda mais a cicatriz
    Da maratona que perdeu o filo pro fuzil

    Nós vale ouro e quem vai dizer que não
    Sobrevivendo aos camburão
    Nós vale ouro e quem vai dizer que não
    Nós inventou os furacão

    Esquerda, direita, preto e branco, homem, mulher
    Separados, isolados é louco né?
    Espalha o caos de vida, enfraquece o povo
    Conte até 10 e vire e atire nos globo
    Eu vejo olhares mirando exemplo buscando
    Um vencedor onde os fura tá cantando
    Inveja, vaidade, violência, parceria (louca)
    Quanto mais focam se alimentam dessa vida (louca)
    Fechado com os menino pique dartanham
    E por todos lá no céu e nos aqui é o santo clã
    Fiel, o ide é a missão então registra
    Se a igreja é nos a nossa cara é ir pras pista
    Com o velho rap aprendi faça o que falo
    Mas o que faço é bom não repetir
    No novo rap entendi
    Antes do não veja se alguém depende do seu sim
    Enquanto muitos somam bens na sua mesa
    Outros nem sabem se hoje vão jantar
    Enquanto ouço pregação pra acumular riqueza
    Muitos floides só querem respirar
    O olhar que cansaram só de olhar
    Juntaram suas máscaras pro mundo filmar
    Quantos gilmar teremos que enterrar?
    Pra verdadeiramente a nossa união marchar

    Se máscara escondem
    Bocas e olhos falam mais do que os lábios
    Hoje vejo a verdade explícita
    O ser humano é ruim de fato
    E só precisa de um pretexto para externar sua maldade implícita
    Se as guerras só enterram quem tá vivo
    Então nelas não há sobreviventes
    Pois traumas ferem mais do que as balas
    E portas não aprisionam como mentes
    Seja livre, voe sempre
    Que o medo não venha cortar suas asas
    Veja, vibre, sonhe sempre
    Que o horizonte seja a sua casa
    Eu tô ligado que é difícil pele preta ou parda é treta
    Veste sua farda faz por merecer
    Perdoa a conta dos irmão que partiram pra cova
    Conta no dedo os irmão que cês viram vencer
    E o medo vem sutil
    Surte o efeito como se fosse a voz da razão
    Olha pra todos os caminhos que você trilhou
    Desiste, tudo foi em vão
    Falar de esperança de paz e de amor
    Eu me senti sem paladar falando de sabor
    Mas o compromisso é bem mais forte que a gente
    Pois médico que salva vidas as vezes morre doente

    Carrega, puxa, vem trazendo dando uns toquinho
    Geralmente isqueiro apaga com o sangue do estopim
    Foi pra ideia e voltou sem braço
    (Eu disse retas, hein)
    Mandou dois taco
    Cê não entendeu por quê? Tá mô clarão pra mim
    Na dúvida chama que explico lá no biriri
    Desde moleque é pé na porta rumo a estrada
    Eu faço a pose, mas sou de quebrada

    Só dá valor quem vive nela e luta por ela
    Achei em Deus o remédio pro sofrimento dela
    Quanto mais eu luto isso impregna em mim
    A esperança está aqui mas não ceda aqui
    Amor gelado rumores muita decepção
    Era o meu sangue que o branco espremia lá no chão
    George froide vai ter vingança negão
    Nós é favela vale ouro e quem disse que não?
    O sistema manipula e inverte os valores
    Oms obedece brincando com as dores
    Máscaras pra eles isolamento social
    (E a grande besta apoia o anticristo com nova ordem mundial [...] )
    Sou resistência favelado formado cristão
    Mais perigoso que um psicopata com oitão na mão
    Nos cômodos de casa comecei revolução
    Eu sou favela e valho ouro e quem disse que não?

    Nós vale ouro e quem vai dizer que não
    Quem disse que não?


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