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Terra à Vista

Marco André

Letra

    Terra à vista
    Era um dia 22 de abril
    Aos raios do sol clareava
    O verde da mata
    Um céu sereno azul-anil
    Iaras e sacis choraram
    As lágrimas rolaram
    Aos sons da clã Tupi
    Boiunas, curumins
    Se perguntaram:
    O que é que eles estão
    Fazendo aqui?

    Terra à vista
    Os olhos de Cabral
    Se deslumbraram
    E as lusas caravelas da conquista
    De selva e pau-brasil
    Não se fartaram
    Pindorama
    A cruz e o cantochão
    Que te buscaram
    No canto do pajé
    Na tua chama
    Em cores e luares
    Se encontraram

    Brasileiramente eu não entendo
    Lusitanamente quem me viu
    Fui índio da taba
    Eu fui pátria amada
    Idolatrada eu fui Brasil

    A primeira vez que eu vi
    Na crucificação
    O teu Deus ferido
    Pela tua própria mão
    Ah... foi tal premonição...
    Me vi na servidão
    Depois chorei ao ver
    Um filho Pataxó arder
    Queimar, morrer
    Ai, sem compaixão

    Brasileiramente eu não entendo
    Teu gigante amado e varonil
    Sou índio sem taba
    Sem terra sem nada
    Incendiado em teu Brasil

    Tchukarramães, Kren-a-Karores
    Caiapós, Terenas, quem partiu
    Xavantes, Bororos e Tupiniquins
    Fogueiras vivas do Brasil

    Composição: Alfredo Oliveira / Marco Andre / Paulo César Freitas. Essa informação está errada? Nos avise.

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