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Podres Poderes

Marcus Vinícius

Letra

    Enquanto os homens exercem
    Seus podres poderes
    Motos e fuscas avançam
    Os sinais vermelhos
    E perdem os verdes
    Somos uns boçais...

    Queria querer gritar
    Setecentas mil vezes
    Como são lindos
    Como são lindos os burgueses
    E os japoneses
    Mas tudo é muito mais...

    Será que nunca faremos
    Senão confirmar
    A incompetência
    Da América católica
    Que sempre precisará
    De ridículos tiranos
    Será, será, que será?
    Que será, que será?
    Será que esta
    Minha estúpida retórica
    Terá que soar
    Terá que se ouvir
    Por mais zil anos...

    Enquanto os homens exercem
    Seus podres poderes
    Índios e padres e bichas
    Negros e mulheres
    E adolescentes
    Fazem o carnaval...

    Queria querer cantar
    Afinado com eles
    Silenciar em respeito
    Ao seu transe num êxtase
    Ser indecente
    Mas tudo é muito mau...

    Ou então cada paisano
    E cada capataz
    Com sua burrice fará
    Jorrar sangue demais
    Nos pantanais, nas cidades
    Caatingas e nos gerais
    Será que apenas
    Os hermetismos pascoais
    E os tons, os mil tons
    Seus sons e seus dons geniais
    Nos salvam, nos salvarão
    Dessas trevas e nada mais...

    Enquanto os homens exercem
    Seus podres poderes
    Morrer e matar de fome
    De raiva e de sede
    São tantas vezes
    Gestos naturais...

    Eu quero aproximar
    O meu cantar vagabundo
    Daqueles que velam
    Pela alegria do mundo
    Indo e mais fundo
    Tins e bens e tais...

    Será que nunca faremos
    Senão confirmar
    Na incompetência
    Da América católica
    Que sempre precisará
    De ridículos tiranos
    Será, será, que será?
    Que será, que será?
    Será que essa
    Minha estúpida retórica
    Terá que soar
    Terá que se ouvir
    Por mais zil anos...

    Ou então cada paisano
    E cada capataz
    Com sua burrice fará
    Jorrar sangue demais
    Nos pantanais, nas cidades
    Caatingas e nos gerais...

    Será que apenas
    Os hermetismos pascoais
    E os tons, os mil tons
    Seus sons e seus dons geniais
    Nos salvam, nos salvarão
    Dessas trevas e nada mais...

    Enquanto os homens
    Exercem seus podres poderes
    Morrer e matar de fome
    De raiva e de sede
    São tantas vezes
    Gestos naturais
    Eu quero aproximar
    O meu cantar vagabundo
    Daqueles que velam
    Pela alegria do mundo...

    Indo mais fundo
    Tins e bens e tais!
    Indo mais fundo
    Tins e bens e tais!
    Indo mais fundo
    Tins e bens e tais!


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