IMAN (Two Of Us)

Magnetismo em “IMAN (Two Of Us)”, de Maria Becerra

“IMAN (Two Of Us)” apresenta uma atração direta e confiante que o clipe reforça com humor: o chiclete-protagonista, numa galeria futurista, simboliza um amor que gruda e vicia, ecoando “Me pego como un imán a tu piel” (Eu me prendo como um ímã à sua pele). A lapidação pop dos MXM Studios, sob Richard Liohn e Xross, combina brilho europeu com pulsação urbana latina de Maria Becerra, deixando a declaração bilíngue de desejo clara e envolvente. A letra vai do elogio físico — “Me gusta el color de tu pelo / Si me toca, yo me quemo” (Gosto da cor do seu cabelo / Se me toca, eu me queimo) — ao convite sem rodeios — “Yes, you try me tonight / Get in the room right now” (Sim, se arrisca comigo esta noite / Entra no quarto agora). O refrão sela a intimidade com “Just the two of us” (Só nós dois), enquanto o vocabulário carinhoso (“mami”, “bebé”) e a confissão “temblar el body” (fazer o corpo tremer) sinalizam química assumida e jogo de poder.

Os símbolos costuram o clima a dois com simplicidade eficaz. O ímã sugere força inevitável; o veneno aparece como prazer arriscado, mas desejado — “cada vez sabe más bueno” (fica cada vez mais gostoso). O amanhecer em “Desnuditos viendo el amanecer” (peladinhos vendo o amanhecer) transforma a euforia da noite em conforto e confiança. A alternância entre espanhol e inglês, de frases como “Whenever you want, whatever you need, I’m here” (Quando você quiser, do que precisar, estou aqui), amplia a sensação de intimidade universal. Até os “la-la-la” funcionam como carícia melódica, mantendo leve o hedonismo do tema. Predominam desejo, euforia e segurança cúmplice: um romance magnético, pegajoso no melhor sentido e conscientemente viciante.