395px

Uma vez que somos

María Peláe

Ya Que Estamos

La medida entre boca y boca
Ese espacio limitado de sombras
El escrúpulo, el escrutinio, quedaron pa' otra cosa
Ventoleras por la sangre
Y esa lengua no hay quien la retracte

Una vez se rompe aguas ya no hay quien lo pare
Hoy mi pecho es un enjambre
Y tus ojos parecen más grandes
Te como con la mirada, no hace falta masticarte

Cogido el cuerpo, sacado el tiesto que le vamos a hacer
Tentado el filo, enredado el hilo
Estamos hirviendo y nos vamos a cocer
Un crucigrama de dos palabras
Que no te atreves a ver, engañándote, engañándome

Entrar en otoño en un rosal no me hace mucha gracia
Tu con la sangre te divertirás como un político en la mafia

Yo me tiro si me quieres tirar pero si me prometes venganza
Como el marinero que se va sin piedad de lo que deja en su casa
Te relames entre los comensales
Yo sé que disimular es una de tus artes
Y si vas al baño que no extrañe que me levante

Cogido el cuerpo, sacado el tiesto que le vamos a hacer
Tentado el filo, enredado el hilo
Estamos hirviendo y nos vamos a cocer
Un crucigrama de dos palabras
Que no te atreves a ver, engañándote, engañándome

El mundo hablando cosas serias
Tu mano en mi pierna debajo de la mesa

El mundo no tiene vergüenza
Tu mano está en mi pierna debajo de la mesa
Y no lo ven, y no lo ven

Cogido el cuerpo, sacado el tiesto que le vamos a hacer
Tentado el filo, enredado el hilo
Estamos hirviendo y nos vamos a cocer
Un crucigrama de dos palabras
Que no te atreves a ver, engañándote, engañándome

Uma vez que somos

A medida entre boca e boca
Esse espaço limitado de sombras
O escrutínio, o escrutínio, foram deixados para outra coisa
Ventos para sangue
E essa língua não há ninguém para retraí-la

Assim que a bolsa rompe, não há ninguém para impedi-la
Hoje meu peito é um enxame
E seus olhos parecem maiores
Eu te como com os meus olhos, não é preciso te mastigar

Tirando o corpo, tirando o pote que a gente vai fazer
Tentado a ponta, emaranhado o fio
Estamos fervendo e vamos cozinhar
Uma palavra cruzada de duas palavras
Que você não ousa ver, enganando você, me enganando

Entrar em uma roseira no outono não me deixa muito engraçado
Você com o sangue vai se divertir como um político da máfia

Vou atirar em mim mesmo se você quiser atirar em mim, mas se você me prometer vingança
Como o marinheiro que deixa impiedosamente o que deixa em casa
Você se lambe entre os comensais
Eu sei que esconder é uma de suas artes
E se você for ao banheiro, não deixe de me levantar

Tirando o corpo, tirando o pote que a gente vai fazer
Tentado a ponta, emaranhado o fio
Estamos fervendo e vamos cozinhar
Uma palavra cruzada de duas palavras
Que você não ousa ver, enganando você, me enganando

O mundo falando coisas sérias
Sua mão na minha perna debaixo da mesa

O mundo não tem vergonha
Sua mão está na minha perna debaixo da mesa
E eles não veem isso, e eles não veem

Tirando o corpo, tirando o pote que a gente vai fazer
Tentado a ponta, emaranhado o fio
Estamos fervendo e vamos cozinhar
Uma palavra cruzada de duas palavras
Que você não ousa ver, enganando você, me enganando

Composição: María Peláe