Carmín

Carmim

Carmín

De pirral sonhava com um céuDe purreta soñabas con un cielo
bordado em dez quadrados de amarelinhabordado en diez baldosas de rayuela
E o sol ia te pintando cachos de ouroy el sol te iba pintando rulos de oro
que então era champanhe da sua inocência.que entonces fue champán de tu inocencia.

Depois, seus vinte abriles de novelaDespués, tus veinte abriles noveleros
se renderam ao som de um tango amargo,se rindieron al son de un tango amargo,
e em um cortejo carmim de malvõesy en un carmín cortejo de malvones
desangrava sua dor o subúrbio.desangraba su pena el arrabal.

E hoje você não olha pra trás,Y hoy no mirás atrás,
porque na sua risada cruelporque en tu risa cruel
cem noites sem fimcien noches sin final
ferem sua boca.hieren tu boca.
Por isso você se atordoaPor eso te aturdís
com música e champanhe,con música y champán,
buscando despedaçarbuscando destrozar
a sua vida louca.tu vida loca.

Carmim,Carmín,
sempre tem o lugar que você deixou ontem.siempre está el sitio que dejaste ayer.
Carmim,Carmín,
sempre há duas mãos que estão implorando.siempre hay dos manos que rogando están.
Já é hora de chorarYa es tiempo de llorar
com choro de malvão,con llanto de malvón,
com lágrimas de fé,con lágrimas de fe,
Carmim, volte.Carmín volvé.

Que te importa deixar seu mundo novo,Que te importa dejar tu mundo nuevo,
seu mundo, com fronteiras de egoísmo,tu mundo, con fronteras de egoísmo,
se a moeda vil que te jogaramsi la moneda vil que te arrojaron
a você foi pegar no abismo.la fuiste a recoger en el abismo.
Ontem, você tinha o sol na sua amarelinhaAyer, tenías el sol en tu rayuela
iluminando sua vida simples e puraalumbrando tu vida simple y pura
e hoje, que você tem a pista iluminada,y hoy, que tenés la pista iluminada,
está às escuras seu pobre coração.está a oscuras tu pobre corazón.