...E Tenha Um Péssimo Dia

Humor ácido e crítica social em “...E Tenha Um Péssimo Dia”

A música “...E Tenha Um Péssimo Dia”, do Matanza Ritual, utiliza ironia e sarcasmo para abordar o desconforto nas relações humanas e a dificuldade de lidar com a própria insatisfação. Logo no início, versos como “Detesto ver alguém sorrindo / Me sinto preso em algum limbo / Psico socioemocional!!!” deixam claro o incômodo do narrador diante da felicidade alheia, revelando um estado mental perturbado e autocrítico, reforçado pela frase “O ódio que eu sinto de mim”. Essa abordagem agressiva e sarcástica é uma marca do grupo, que, segundo o vocalista Jimmy London, busca refletir o caos e a urgência dos tempos atuais, onde as pessoas têm cada vez menos tempo para agir e lidar com as consequências de seus atos.

A letra também explora a ideia de transferir o próprio sofrimento para os outros, como em “Vou fazer da sua vida um inferno / Dividir um pouco do que há em mim”. O narrador assume abertamente o desejo de espalhar seu mal-estar, fechando qualquer espaço para empatia ao afirmar “Já fechei o setor de reclamações”. O tom sombrio é reforçado por pequenas ações cotidianas que servem para “espalhar o horror”, mostrando como a hostilidade pode ser sutil e constante. O refrão “Passe bem longe e tenha um péssimo dia” resume o sarcasmo da faixa, invertendo o desejo comum de felicidade e destacando a crítica social presente no álbum “A Vingança é Meu Motor”. A música se destaca por usar humor negro para expor sentimentos negativos e a tendência humana de projetar frustrações nos outros.