
Atemporal
Matheus Schneider
Era coca no prato, tiro pro alto
Bonde pesado, skate e asfalto
Rolê na rua, o dia nascendo
Fumando um cigarro e bebendo um álcool
O tempo é foda, gera revolta
Guardo aqui dentro, esse tempo não volta
Senti a grama com a chuva caindo
Olhando as estrelas e o vento que sopra
Queimando a vela sentado na escada
Sempre fazendo tumulto por nada
Eu apanhei e bati muitas vezes
Mas nem vou falar dessas fita passada
Tantas pessoas chamando de amigo
Poucas pessoas correram comigo
E hoje eu conto na ponta dos dedos
Quem chama no zap pra ver se eu tô vivo
Hoje eu só quero paz e tô correndo atrás
Pra não enlouquecer, pra não enlouquecer
Viver um pouco mais e o que restou pra nós
É só eu e você, é só eu e você
Promessa de um mundo melhor não espero
Vários parceiro na mira do ferro
Eu vi conhecido torrando a dura
Na esquina de casa, a lembrança eu enterro
E vou de embalo, com o rap no talo
E os fone batendo mais forte que um soco
Canto o que eu vivo, enquanto eu for vivo
Vai ser só visão consciente pros louco
Vários achando no crime a saída
Quatro por quatro a 100 na avenida
Faixa do Grêmio em cima do corpo
A família chorando, acabou sua vida
Foca num trampo e não vai nessa onda
Na madrugada eu sei que desanda
Hoje a vida não vale mais nada
Cuida o que fala e também com quem anda
Hoje eu só quero paz e tô correndo atrás
Pra não enlouquecer, pra não enlouquecer
Viver um pouco mais e o que restou pra nós
É só eu e você, é só eu e você



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