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Análise - Augusto Dos Anjos (Espírito)

Maurício Gringo

Letra

    Oh! Que desdita estranha a de nascermos
    Nas sombras melancólicas dos ermos
    Nos recantos dos mundos inferiores
    Onde a luz é penumbra tênue e vaga
    Que, sem vigor, fraquíssima, se apaga
    Ao furacão indômito das dores

    Voracidade onde a alma se mergulha
    Apoucado Narciso que se orgulha
    Na profundeza ignota dos abismos
    Da carne, que, estrambótica, apodrece
    Que atrofiada, hipertrófica, parece
    Cataclismo dos grandes cataclismos

    Prendermo-nos ao fogo dos instintos
    Serpentes entre escrófulas e helmintos
    Multiplicando as lágrimas e os trismos
    Tendo a alma – centelha, luz e chama
    Amalgamada em pântanos de lama
    Em sexualidades e histerismos

    Misturarmos clarões de sentimentos
    Entre vísceras, nervos, tegumentos
    Na agregação da carne e dos humores
    Atrocidade das atrocidades
    Enegrecermos luminosidades
    Na macabra esterqueira dos tumores

    E nisto achar fantásticos prazeres
    Ilusão hiperbólica dos seres
    Bestializados, materializados
    Espíritos em ânsias retroativas
    No transcorrer das vidas sucessivas
    Nas ferezas do instinto, atassalhados

    Mas a análise crua do que eu via
    Hedionda lição de anatomia
    É mais que uma atrevida aberração
    Que se quebre o escalpelo de meus versos
    Entreguemos a Deus seus universos
    Que elaboram a eterna evolução


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