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Homo - Augusto dos Anjos (Espírito)

Maurício Gringo

Letra

    Ao meu tétrico olhar abominável
    O homem é fruto insólito da ânsia
    Heterogeneidades da substância
    Argamassando um todo miserável

    Psique dolorosa e inexpressável
    Na mais remota epíspase da infância
    Desde a mais abscôndita reentrância
    Da sua embriogenia detestável

    Do intravascular princípio informe
    Larva repugnante e vermiforme
    Nos íntimos recôncavos da placenta

    A quietação dos túmulos inermes
    Era um feixe de mônadas de vermes
    Dissolvidos na terra famulenta

    Após a introspecção do além da morte
    Vendo a terra que os próprios ossos come
    Horrente a devorar com sede e fome
    Minhas carnes em lúbrico transporte

    Vi que o ego era o alento flâmeo e forte
    Da luz mental que a morte não consome
    Não há luta mavórtica que o dome
    Ou venenada lâmina que o corte

    Depois da estercorária microbiana
    De que o planeta triste se engalana
    Nas grilhetas do infinitesimal

    Volve o espírito ao páramo celeste
    Onde a divina essência se reveste
    Da substância fluida, universal


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