Reserva de Domínio

Defesa emocional e vulnerabilidade em "Reserva de Domínio"

"Reserva de Domínio", de Mauro Duarte, aborda como experiências passadas de sofrimento podem levar alguém a adotar uma postura defensiva diante do amor. O título, que remete a um termo jurídico, é usado como metáfora para a tentativa de manter o controle sobre os próprios sentimentos, evitando que promessas e juras de terceiros invadam um espaço emocional já marcado por feridas. O verso “Tenho que me armar / Pro domínio não perder” deixa claro esse cuidado em não se deixar envolver facilmente, mostrando um personagem atento às próprias vulnerabilidades e à pressão de carências e tédios do cotidiano.

A letra traz expressões como “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” para ilustrar o risco de ceder diante da insistência de quem tenta conquistar esse coração machucado. Essa imagem reforça a ideia de que, mesmo tentando ser resistente, a repetição de investidas pode acabar rompendo as defesas emocionais. O tom da canção é introspectivo e cauteloso, refletindo a luta interna entre o desejo de se abrir para um novo amor e a necessidade de se proteger. Assim, "Reserva de Domínio" retrata o conflito entre a vontade de se entregar e o medo de sofrer novamente, em um ambiente onde palavras e promessas são recebidas com desconfiança e prudência.