Aquarelle
Tu jouais au flipper tout près d'un café noir
Tu épluchais le Monde, Figaro, France-Soir
Tu fumais ton Samson roulé à la va-vite
Et je pensais à toi, en face, derrière la vitre
La voiture n'était pas une super Cadillac
Aux glaces allant, venant, sur un simple clic-clac
La radio n' jouait pas un vieil air des Platters
L'allume-cigare n'était qu'une allumette
Le temps était maussade, à la fois gris et froid
Les boulevards encombrés et les néons géants
De la rue d'Aboukir attaquaient les passants
Comme un fusil à eau, sur le nez d'un agent
Mais j'aimais nos laits froids au bar américain
Moi, mon boudin aux pommes, toi, ton château à point
Des papillons géants froids et dégueulasses
Terminaient souvent dessous mes godasses
Puis les restos chinois allumaient leurs néons
Paris s'assoupissait, étrange hanneton
On trimbalait nos vies presque en parallèle
Il reste dans ma tête cette douce aquarelle
Cette aquarelle
Aquarela
Você jogava fliperama perto de um café escuro
Você lia o Mundo, Figaro, France-Soir
Você fumava seu cigarro enrolado na pressa
E eu pensava em você, do outro lado, atrás do vidro
O carro não era uma super Cadillac
Com os vidros indo e vindo, num simples clique-clique
O rádio não tocava um velho sucesso dos Platters
O acendedor não passava de um fósforo
O tempo estava nublado, ao mesmo tempo cinza e frio
As avenidas lotadas e os neon gigantes
Da rua d'Aboukir atacavam os transeuntes
Como uma pistola de água, no nariz de um agente
Mas eu amava nossos leites gelados no bar americano
Eu, com meu bolinho de maçã, você, com seu vinho tinto
Borboletas gigantes, frias e nojentas
Costumavam acabar embaixo dos meus sapatos
Então os restaurantes chineses acendiam seus neon
Paris adormecia, estranho besouro
Carregávamos nossas vidas quase em paralelo
Ficou na minha cabeça essa doce aquarela
Essa aquarela