Cara-de-pau

CARA-DE-PAU
(Claudia P. Pinna)

O filme dela tá queimado, ganhou a fama de putona,
Aqui no bairro é conhecida como amante quebretona.
É mesmo muito impressionante a cara-de-pau dessa cadela,
Depois de dar pra todo mundo ainda posa de donzela.
Chega no bar com as amigas e fica olhando o homem alheio,
De onde foi que saiu isso? Deve ter vindo de um puteiro.
Dá gargalhada e abre os braços, não sei o que tem tanta graça,
Parece mesmo retardada com aquela cara de palhaça.
Se interessar por homem solteiro é uma missão quase impossível,
Ela só quer o homem dos outros, isso é tarefa irresistível.
A fiel tá boladona e escaldada com essa amante,
Já tá na área preparada, quebra essa vaca num instante.
Fica bancando a amiguinha pra não levantar qualquer suspeita,
É melhor ficar quietinha, cale a boca e me respeita.
Não é de hoje que eu aviso: Não tente, pois o homem é meu,
Sai voada cara-de-pau, que o desfalque é todo seu.
Veio com arsenal de guerra, será que vence a batalha?
A fiel tá pesadona, já dominou essa parada.
Não adianta nem tentar, que vai tomar só prejuízo,
Tem que ser mais mulher que a fiel, pra começar tome juízo.
Tentou passar por mina direita, fez o estilo recatada,
Essa amante é uma artista, não passa de uma despeitada.
Tem inveja da fiel, deseja tudo que ela tem,
Quer ser amada e feliz, quer o homem da fiel também.
Com essa pinta de piranha não vai passar por boa moça,
Só trapaceia homem bobo e aquele que for mesmo trouxa.
Quando vê homem comprometido, quer abraçar e até beijar,
Mas com o meu ela nem tenta, pois se arriscar vai se atrasar.
Não tolero oferecida, comigo amante não se cria,
Vem cheia de intimidade, comportamento de vadia.
Não respeita a mulher de ninguém, pra ela todo mundo é otária,
Mas se enganou com a fiel, vou te foder, sua salafrária!
Deixe de ser abusada, vou te deixar passando mal,
Com essa pinta não me engana, vou te arrasar cara-de-pau.