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Consciência Preta

MC Mestiço

Letra

    Uberaba última a reconhecer a abolição
    Muito lucrativo pros fazendeiros da região
    Sou da terra do Zebu onde o gado vale milhão
    Mas trabalhador se mata por ticket alimentação

    Senhor de engenho não quer livre a população
    Quer afrouxar nossos direitos, quer apertar nosso grilhão
    Escravidão não acabou, olha só a condição
    Quem tem a pele preta, lota as cadeia ou os busão

    Menor apanha do polícia é jogado no camburão
    Pergunta o que ele fez? Ele é preto irmão
    O pensamento racista não morreu com a abolição
    Quem tem a cor vira suspeito antes mesmo da ação

    Um preto consciente é perigoso para a servidão
    Temem que um preto consciente acabe com seu vidão
    Pelo prejuízo ao comércio, a consciência cancelaram
    Mas não se importaram com o prejuízo da escravidão

    Somos todos iguais, somos todos iguais
    Mas porque nos jornais são os pretos que morrem mais?
    Somos todos iguais, somos todos iguais
    Mas porque nas novelas os branco que aparecem mais?

    O comércio quer vender, os preto vão trabalhar
    Consciência negra não vai ter, porque os brancos quer lucrar
    Desde 1500, olha quem tá perdendo

    O Brasil, porque um dia de consciência não tá tendo
    Melhor seria todos dias de consciência
    Mas como não tem, um dia já faria a diferença
    Pense bem antes de dizer que tem um amigo negro

    Amam a cultura preta, mas odeiam o corpo preto
    Olha as tia, esconde a bolsa, aperta o passo
    Playboy faz piada, segurança segue no supermercado
    Escuta rap, funk, samba, pagode e se acha o bamba

    Chama a namorada de nega, mas ela é branca
    O terno é preto, a grana é preta, os donos são brancos
    Novembro negro, os brancos lucram, os pretos trabalhando
    O Brasil é racista e não assume, que fei
    Eles só gosta de preto quando é na Black Friday

    Somos todos iguais, somos todos iguais
    Mas porque nos jornais são os pretos que morrem mais?
    Somos todos iguais, somos todos iguais
    Mas porque nas novelas os branco que aparecem mais?

    No Sertão da Farinha Podre, tudo farinha do mesmo saco
    Senador vende farinha, fazendeiro enche o saco
    Empresário e político tão junto o tempo inteiro
    Dizem que amam o povo, mas só amam o seu dinheiro

    Senhor de engenho antes vendia cana
    Hoje vende cama, mesa e banho e paga pau pra estátua americana
    Manda quem pode, obedece quem ganha salário
    Trabalhador trabalha, enriquece o patrão com seu trabalho

    Escravidão já acabou, mas cê trampa fim de semana
    E o salário que cê ganha não paga o que cê compra
    Ninguém pensa nas dores de tantos trabalhadores
    Quem gira a economia são os próprios trabalhadores

    20 de novembro comerciante fica mais rico
    Enquanto os pretos continuam morrendo pelo racismo
    Tão passando cheque em branco pro nosso sofrimento
    Se não tem a consciência negra, tem a mão manchada de vermelho

    20 de novembro
    Eu me lembro, eu me lembro, eu me lembro, eu me lembro
    A luta dos preto
    Eu não me rendo, não me rendo, não me rendo, não me rendo

    Aí senhor de engenho
    Tamo atento, tamo atento, tamo atento, tamo atento
    Desde 1500
    Eu não me rendo, não me rendo, não me rendo, não me rendo


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