SET DO ARNON DO GRAU (part. MC Leozin, MC Lekão e MC WS da Leste)

Ostentação e superação em “SET DO ARNON DO GRAU” de MC Rick

“SET DO ARNON DO GRAU (part. MC Leozin, MC Lekão e MC WS da Leste)”, de MC Rick, retrata como a ostentação e o sucesso material são respostas diretas à exclusão social e ao preconceito vividos na favela. O verso “Antigamente não era nada / E hoje o mais rico da favela é eu” resume essa transformação, mostrando que conquistar bens e status é motivo de orgulho e uma forma de se afirmar diante de quem antes duvidava. O personagem “Arnon do Grau” representa esse estilo de vida, sendo tanto uma figura real do funk quanto um símbolo do jovem que superou dificuldades e agora desfruta de respeito e prazeres conquistados.

A letra faz referência ao cotidiano da periferia, como os passeios de moto e carro potente (“De 1200 o menor tá de trator”, “Eu de Porsche sem teto”), festas, consumo de bebidas e ostentação. O trecho “As que num quis hoje me quer / Mas hoje eu que não quero mais” reforça a ideia de superação e mudança de status. Menções a lugares como “Várzea das Flores” e “Cabana do Pai Tomaz” conectam a música à vivência real de regiões específicas, valorizando a identidade local. Gírias e expressões como “catucadão” e “toma água colorida” trazem duplos sentidos ligados à sexualidade e ao consumo de bebidas, mas também simbolizam liberdade e prazer.

A presença da “Glock no coldre” e a frase “É Deus na defesa / Nós mesmo no ataque” mostram a tensão entre celebração e autodefesa, comum nesse contexto. O tom descontraído e confiante, junto à repetição de “Ai, ui nem queria / Mas vou tomar uma hoje”, reforça o espírito de celebração das conquistas e a valorização do presente, consolidando a faixa como um retrato autêntico da cultura de rua.