Vida Bandida 2

Whisky Royal Salute, garrafa de porcelana
Gasta 20, 30 mil todo final de semana
Do alto do camarote chovia nota de 100
Eu portava equipamento que nem a polícia tem

Segurança máxima do lado, arsenal muito pesado
E o bloco mais afiado
Exército fardado de Lacoste ponta a ponta na favela
Que desafiou a morte para vencer a miséria

E aí, no meu tanque de guerra envelopado
Dava pra ficar suave
Porque além de ser blindado
Ele ainda era uma nave

A fuga da maior operação policial
A cara todo dia estampada no jornal
É dentro do presídio federal que nóis reflete
Para, analisa e às vezes reconhece

Não existe nada que traz a liberdade
E nem tortura mais cruel do que a saudade
Lá atrás das grades não tem recuperação
Só alimenta o ódio que nóis tem no coração

Vem, amante do dinheiro e do perigo
Mal exemplo a ser seguido
Maquinista do trem bala, rodeado e perseguido, porém
Mas com o sistema o desabafo é no gatilho
Eu não tô desamparado
Porque Deus é meu juiz, Jesus Cristo, advogado
Amém

Eu sei que eu voltei pra F, não foi nada pessoal
Foi assim que eu consegui a patente de general
Com uma vida luxuosa no cenário da pobreza
E lá pelo meu setor já passou várias princesas

Acima de nós só Deus e abaixo só o chão
Pois apenas no olhar, nóis conhece a intenção
Posso até me arrepender mais me rebaixar já mais
Quem conhece a violência sabe dar valor à paz

Essa é uma história, baseada em fatos reais que acontece
A nossa vida é assim, a vida do carioca é assim
Totalmente bandida
Vem no refrão, moleque

Eu sou amante do dinheiro e do perigo
Mal exemplo a ser seguido
Maquinista do trem bala, rodeado e perseguido, porém
Mas com o sistema o desabafo é no gatilho
Eu não tô desamparado
Porque Deus é meu juiz, Jesus Cristo, advogado
Amém

Essa é mais uma, vida bandida, parte 2