Perdendo a Virgindade IV, V e VI (part. Boffe)

Humor e autocrítica em “Perdendo a Virgindade IV, V e VI”

A trilogia "Perdendo a Virgindade IV, V e VI (part. Boffe)", de MC V.V, transforma o constrangimento das primeiras experiências sexuais em uma narrativa cômica e autodepreciativa, recheada de referências à cultura pop. Um dos pontos centrais é como a música satiriza a pressão social em torno da "primeira vez" e as expectativas de masculinidade, usando o erro do protagonista – “errei o gol, eu errei a xota, a xota / peguei o meu pau e acertei o umbigo” – para expor o ridículo dessas situações. O uso de samples de Panic! At The Disco e System Of A Down reforça o tom irônico, criando um contraste entre a trilha grandiosa e o fiasco vivido pelo personagem.

A letra brinca com o clichê da perda da virgindade como rito de passagem, mas subverte essa ideia ao mostrar o protagonista se gabando nas redes sociais antes de perceber que virou motivo de piada. O humor escrachado aparece em frases como “tão falando que meu pau tem labirintite” e nas comparações com personagens como Tommy Wiseau, Light Yagami, além de referências a animes e games, como “Jutsu Erótico do Naruto”, “Hot Coffee do San Andreas” e “Gogeta”. Essas menções reforçam o sentimento de inadequação e a busca por validação, comuns na juventude.

No final, o protagonista recorre a uma prostituta para garantir a perda da virgindade, mantendo o tom autocrítico: “me senti o Dante contra criaturas infernais”, “durei 7 segundos”. A repetição de “eu perdi a minha virgindade” mistura alívio, orgulho e ironia, mostrando que o amadurecimento vem da capacidade de rir de si mesmo e das próprias falhas. A música transforma o tabu da primeira vez em uma comédia de erros, usando exagero e cultura pop para falar de insegurança, pressão social e autodescoberta.