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Paralelo Ao Chão

Medulla

Letra

    Vai e vem
    E leva de novo
    Já nem me sinto nu
    Correndo pelado

    E quando o abstrato se vai
    Não poupa ninguém
    Em uma nota de cem
    Chora no ombro de alguém

    Tem remela o olho, furacão
    Da vida não perdoa à toa
    Água entra porta fecha
    Dentro pouco resta
    Da mesma pessoa

    Aonde ele vai
    O espelho lhe persegue
    Aonde ele cai
    Não quer tropeçar de novo

    Pois é, vem paralelo ao chão
    Sobrevive são por pouco

    Vem vingar
    Acordar do coma
    Muda a visão de quem fica
    Filhos com fome
    Dentes com ambição
    A corrupção, sedução parasita

    Porque o poder paralelo já não é tão paralelo
    A sonda forte do elo
    Força do punho, o martelo

    Quer se libertar, a vaidade cega
    Recupera o ar, recarrega
    Nossa guerra, luz do mundo
    Sal da terra

    Acordar do coma
    Muda a visão de quem fica

    Cachoeira, Beira-mar
    Quando o crack atropela
    Gravata no Kaiowá
    Privatiza a favela

    Porque o poder paralelo já não é tão paralelo
    A sonda forte do elo
    A força do punho, o martelo
    Põe os punhos pro ar

    Pois é, vem paralelo ao chão
    Sobrevive são por pouco


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