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Cidade Fantasma

Mes Aïeux

Ville Fantôme

Le curé du village m`a fait un drôle d`aveu...
Y`a pus de flamme dans ses yeux.
Les fidèles sont rendus trop vieux.
Le curé sait pus trop si il croit en Dieu.
La belle du village ne croit plus en l`amour.
Tous ses prétendants voulaient qu`elle se déshabille.
Son coeur volage est rendu trop lourd.
La belle veut mourir vieille fille...

Le curé doute, l`église se vide.
La belle commence à faire des rides.

Le fou du village a pus le goût de rêver.
Il hurle à la lune à toutes les nuits.
On va être obligé de l`interner.
Le fou n`a plus sa place ici.
Le maire du village a perdu sa fierté.
Il a vendu nos lacs, il a vendu nos champs
à des investisseurs étrangers.
Le maire est rendu à l`argent...

Le curé doute, personne à la messe.
La belle veut pus jouer aux fesses.
Le fou qui hurle sa détresse.
Le maire est prêt à toutes les bassesses.

Attention la tempête gronde. On achève d`écrire le premier tome.
Ouvrez vos yeux tout le monde : on est en train de bâtir
une ville fantôme... Une ville fantôme.

Le doyen du village ne peut plus raconter.
On l`a mis en prison dans un foyer.
Une muselière sur notre passé.
Le patriarche se laisse doucement crever.
La maîtresse du village endure pus les enfants.
Ils sont dissipés pis ils comprennent rien.

Pis vu que les enfants sont pus comme avant,
la maîtresse prescrit du ritalin.

Le curé doute, personne à la messe.
La belle veut pus jouer aux fesses.
Le fou qui hurle sa détresse.
Le maire est prêt à toutes les bassesses.
Le patriarche qu`on oublie.
La maîtresse engourdit les petits.

La tempête gronde, faites attention.
On nous promet des jobs et pis des bonbons
mais le problème est beaucoup plus profond :
LA DÉFAITE EST DEVENUE TRADITION.

Cidade Fantasma

O padre da vila me fez uma confissão estranha...
Não há mais fogo em seus olhos.
Os fiéis estão ficando muito velhos.
O padre não sabe mais se acredita em Deus.
A bela da vila não acredita mais no amor.
Todos os pretendentes queriam que ela se despisse.
Seu coração volúvel está pesado demais.
A bela quer morrer solteirona...

O padre duvida, a igreja se esvazia.
A bela começa a ter rugas.

O louco da vila já não tem gosto de sonhar.
Ele grita para a lua todas as noites.
Vamos ter que interná-lo.
O louco não tem mais lugar aqui.
O prefeito da vila perdeu sua dignidade.
Ele vendeu nossos lagos, ele vendeu nossos campos
para investidores estrangeiros.
O prefeito só pensa em dinheiro...

O padre duvida, ninguém na missa.
A bela não quer mais brincar de tocar.
O louco que grita sua angústia.
O prefeito está disposto a todas as baixarias.

Cuidado, a tempestade se aproxima. Estamos terminando de escrever o primeiro volume.
Abram os olhos, todo mundo: estamos construindo
uma cidade fantasma... Uma cidade fantasma.

O ancião da vila não pode mais contar histórias.
Ele foi preso em um abrigo.
Uma mordaça sobre nosso passado.
O patriarca está se deixando morrer lentamente.
A professora da vila não aguenta mais as crianças.
Elas são bagunceiras e não entendem nada.

E já que as crianças não são mais como antes,
a professora receita ritalina.

O padre duvida, ninguém na missa.
A bela não quer mais brincar de tocar.
O louco que grita sua angústia.
O prefeito está disposto a todas as baixarias.
O patriarca que esquecemos.
A professora entorpece os pequenos.

A tempestade se aproxima, fiquem atentos.
Prometem empregos e doces,
mas o problema é muito mais profundo:
A DERROTA SE TORNOU TRADIÇÃO.

Composição: