Thayná

Minha auto estima tá baixa mas o meu queixo tá erguido
Camisa larga e touca rosa que é questão de costume
Largado pelo centro de Joinville as 23 e pouco
Eu deixei o último ônibus e ir e não sei como pude
Terminal tá vazio
Minha cabeça também
Exceto quando penso como conseguir alguém que me escute
Exceto quando penso em como duplicar o meu dinheiro
E rimar tão insanamente bem que um dia alguém me estude
A lata de cerveja do meu lado tá vazia a um tempo
As decisões que eu tomei um tempo atrás me confundem
Por que eu sei que sou bem melhor do que elas no fundo
Eu me sinto sujo e burro então aumento o volume
No som dos meus fones de ouvido
Que é a onde eu me entendo
Quando não é suficiente ter alguém que me busque
Por um conselho e que me esqueça em um mês e meio
Engraçado que perdi o busão mas eu sou passageiro

Ainda com o meu queixo erguido
Ainda com o meu queixo erguido
Não faço ideia onde eu tô eu ando meio perdido
Mas ainda com o meu queixo erguido

Eu sempre usei rap de escape
A meta é ficar tão bom que o meu ego me mate
Eu já sou bom pra um caralho só que tudo que eu sinto por enquanto
É um leve desgaste
Eu quero bem mais dor
Nesse quesito sempre me senti um masoquista
Se não tá doendo eu não tô crescendo
Se eu não tô crescendo eu não melhoro em nada
Se eu não tô melhorando então eu não tô vivendo
E eu não digo apenas em fazer beats e letras
Por que em tudo que eu faço isso aparece
Sempre fui tudo ou nada
Sempre com a meta inovada
Por que o ódio por mim mesmo é o que me abastece
Você quer me desmotivar *clicks tongue* esquece
Único jeito que eu pararia é encontrando amor-próprio
E não difícil ver que isso não vai acontecer
Provavelmente em nenhum futuro próximo
É óbvio

Ainda com o meu queixo erguido
Ainda com o meu queixo erguido
Não faço ideia onde eu tô eu ando meio perdido
Mas ainda com o meu queixo erguido