Decile que vuelva
Recién me doy cuenta de todo lo bueno,
de todo lo santo de aquella mujer.
¡Pobre mujercita que, en el desenfreno
de mis días locos, dejé de querer!
Decile, che hermano, que guardo manojos
de besos tan puros que no va a querer,
para deshojarlos en sus lindos ojos
llorando a su lado de dicha y placer.
Decile que vuelva; así, solamente,
podré redimirme de mi mala acción.
Con un beso bueno que ponga en mi frente,
sabré si me otorga su ansiado perdón.
Decile que vuelva, que olvide el pasado,
mi pasado amargo, bochornoso y ruin.
Decile que vuelva; traémela, hermano,
que ahora comprendo lo tonto que fui.
Junto a la amargura del remordimiento
guardo el entripado de mi mala acción,
aquellos amores se los llevó el viento
y ni rastros quedan en el corazón.
Mis veinte años fueron colmados de halagos,
me mintieron mucho y también mentí;
dejé su cariño entre grandes tragos,
en el lujo falso del loco festín.
Diga que ela volte
Reparei agora em tudo que é bom,
de tudo que é sagrado daquela mulher.
Pobre coitadinha que, na loucura
dos meus dias insanos, deixei de amar!
Diga, irmão, que guardo punhados
de beijos tão puros que ela não vai querer,
para desfolhá-los em seus lindos olhos
chorando ao seu lado de alegria e prazer.
Diga que ela volte; assim, só assim,
poderei me redimir da minha ação errada.
Com um beijo bom que ela coloque na minha testa,
saberei se me concede seu tão desejado perdão.
Diga que ela volte, que esqueça o passado,
meu passado amargo, vergonhoso e cruel.
Diga que ela volte; traga-a, irmão,
que agora entendo o quão idiota eu fui.
Junto à amargura do remorso
guardo o peso da minha ação errada,
aqueles amores o vento levou
e nem vestígios ficam no coração.
Meus vinte anos foram cheios de elogios,
me enganaram muito e eu também enganei;
deixei seu carinho entre grandes doses,
em meio ao luxo falso da festa insana.
Composição: Miguel Bucino