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Eu vivo em uma cidade

Miguel Cantilo

Yo vivo en una ciudad

Yo vivo en una ciudad
donde la gente aun usa gomina
donde la gente se va a la oficina
sin un minuto de mas

Yo vivo en una ciudad
donde la prisa del diario trajin
parece un film de Carlitos Chaplin
aunque sin comicidad

Yo vivo en una ciudad
que tiene un puerto en la puerta
y una expresion boquiabierta
para lo que es novedad

y sin embargo yo quiero a ese pueblo
tan distanciado entre si, tan solo
porque no soy mas que alguno de ellos
sin la gomina, sin la oficina
con ganas de renovar

Yo adoro a mi ciudad
aunque su gente no me corresponda
cuando condena mi aspecto y mis hondas
con un insulto al pasar

Yo adoro a mi ciudad
cuando las chicas con sus minifaldas
parecen darle la magica espalda
a la inhibicion popular

Yo adoro a mi ciudad
aunque me acuse de loco y de mersa
aunque guada~e mi pelo a la fuerza
en un coiffeur seccional

y sin embargo yo quiero a ese pueblo
porque mi incita le rebelion
y porque me da infinito deseos
de contestarles y de cantarles
mi novedad, mi novedad

Eu vivo em uma cidade

Eu vivo em uma cidade
onde a galera ainda usa gel
onde a galera vai pro trampo
sem um minuto a mais

Eu vivo em uma cidade
onde a pressa do dia a dia
parece um filme do Chaplin
mas sem a comédia

Eu vivo em uma cidade
que tem um porto na entrada
e uma expressão de espanto
para o que é novidade

e mesmo assim eu amo esse lugar
tão distante entre si, tão sozinho
porque não sou mais que um deles
sem o gel, sem o trampo
com vontade de mudar

Eu adoro minha cidade
mesmo que a galera não me aceite
quando condena meu jeito e minhas ideias
com um xingamento ao passar

Eu adoro minha cidade
quando as minas com suas minissaias
parecem dar as costas mágicas
para a inibição geral

Eu adoro minha cidade
mesmo que me chamem de doido e de vagabundo
mesmo que cortem meu cabelo à força
num salão de bairro

e mesmo assim eu amo esse lugar
porque me incita à rebelião
e porque me dá um desejo infinito
de responder e de cantar
minha novidade, minha novidade

Composição: