
Castelo de Cinzas
Miguel Cirillo
Lembro-me do dia, do sol na varanda
Promessas na boca, mas a alma cansada
Tu eras o porto, eu era o mar agitado
Dois barcos perdidos a fingir ter chegado
A uma ilha segura, que só existia na foto
O nosso futuro era um bilhete de regresso
Passávamos os dias a colar os bocados
Do que estava quebrado, já pelos passados
Este castelo é de cinzas, a arder na mão
Cada carta que cai, é um golpe no chão
Não há maré que leve esta nossa ruína
É o silêncio cruel a ditar a tua sina
Guardei a toalha onde nos deitámos a rir
A jurar que o tempo não nos ia dividir
Mas o tempo é quem manda, não ouve lamentos
E o nosso amor não aguentou os teus pensamentos
Distraídos, longe, já a planear outra viagem
E eu fiquei aqui, na mesma paisagem
A pintar de novo as paredes, a fingir que não vi
Que a tinta que usámos era a que se esvai de ti
Este castelo é de cinzas, a arder na mão
Cada carta que cai, é um golpe no chão
Não há maré que leve esta nossa ruína
É o silêncio cruel a ditar a tua sina
Eu dei-te a Dama
Tu deste-me o Valete
Mas o jogo era de Reis
E tu saíste do jogo
Ficou a mesa vazia, o copo por acabar
O som da tua ausência que não consigo calar
E eu, no fim, percebi que não é teu o pecado
Fui eu que deitei o meu coração num local emprestado
Este castelo é de cinzas, a arder na mão
Cada carta que cai, é um golpe no chão
Não há maré que leve esta nossa ruína
É o silêncio cruel a ditar a tua sina



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