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Metamorfose

Mirrorthrone

Mortphose

Depuis toujours, ils ne cessent de geindre,
Échoués dans leurs larmes, sous un ciel qu'ils ne pouvaient atteindre.

Assez de toutes ces médiocres considérations sur l'au-delà,
De ces vains gémissements nourris d'horreur et de relents de trépas.
Car de trépas à proprement parler, il n'y en a pas,
Mais juste l'absurde raison d'une nation de fous restés pantois.

La mort, comme la satisfaction, ni n'est, ni ne sera.
Cette notion, projetée abusivement sur l'apparence dans sa dualité avec le vivant,
N'est qu'interprétassions partiellement libre sur fond de matière, de vide et de leur agglomérat
N'inscrivant son tracé que dans le temps où ce dernier aura vite fait de l'effacer.

Oh, combien ignorants
Et happés par le temps
Sont les millénaires abusés,
Tous grotesquement égarés
Parmi les rideaux de larmes
Qu'ils ont de partout étendu en un cri d'alarme.

Il n'y a pas de vie mais qu'un vrombissement incessant,
Une agitation se dissipant aux alentours d'un épicentre vulgaire,
Une explosion de matière encerclée de ses échos résonnants,
Transférant vibrations inutiles et autres mouvements stellaires
Sur lesquelles l'homme est venu se greffer et se constituer
En s'abreuvant du même mouvement originel.
Pas d'existence particulière pour cet être si vulgairement composé,
Juste empoisonné par ses donations de sens morales sempiternelles.

Il ne peut rien être d'autre que cette totalité.
Pas de place ici ou ailleurs pour une quelconque divinité
Ou même une vie telle que celle que nous nous sommes arrogés.
Nous ne sommes ici que pour encore et encore perpétrer
Ce sinistre mouvement qui toujours agite
Nos petites présences qu'il annule ou régurgite.

Metamorfose

Desde sempre, eles não param de gemer,
Encalhados em suas lágrimas, sob um céu que não podiam alcançar.

Chega de todas essas mediocridades sobre o além,
Desses gemidos vãos alimentados por horror e cheiros de morte.
Pois de morte propriamente dita, não há,
Mas apenas a absurda razão de uma nação de loucos atônitos.

A morte, como a satisfação, não é, nem será.
Essa noção, projetada abusivamente sobre a aparência em sua dualidade com o vivo,
Não é mais que interpretações parcialmente livres sobre um fundo de matéria, vazio e seu aglomerado
Que só inscreve seu traço no tempo que logo se encarregará de apagá-lo.

Oh, quão ignorantes
E tragados pelo tempo
São os milênios enganados,
Todos grotescamente perdidos
Entre as cortinas de lágrimas
Que estenderam por toda parte em um grito de alarme.

Não há vida, mas apenas um zumbido incessante,
Uma agitação se dissipando ao redor de um epicentro vulgar,
Uma explosão de matéria cercada por seus ecos ressonantes,
Transferindo vibrações inúteis e outros movimentos estelares
Sobre os quais o homem veio se fixar e se constituir
Se saciando do mesmo movimento original.
Nenhuma existência particular para esse ser tão vulgarmente composto,
Apenas envenenado por suas doações de sentidos morais eternos.

Não pode ser nada além dessa totalidade.
Não há espaço aqui ou em qualquer lugar para uma divindade qualquer
Ou mesmo uma vida como a que nos arrogamos.
Estamos aqui apenas para perpetuar
Esse sinistro movimento que sempre agita
Nossas pequenas presenças que ele anula ou regurgita.

Composição: