Nobody

Solidão e busca por conexão em “Nobody” de Mitski

Em “Nobody”, Mitski utiliza uma melodia animada para abordar a solidão profunda, criando um contraste que evidencia a diferença entre o que se sente internamente e o que se mostra ao mundo. A repetição constante da palavra “nobody” reforça o isolamento vivido pela artista, especialmente considerando o contexto em que a música foi composta: Mitski estava sozinha em Kuala Lumpur, distante de amigos e familiares. Esse cenário realça versos como “I’m so lonely / So I open the window / To hear sounds of people” (“Estou tão sozinha / Então abro a janela / Para ouvir sons de pessoas”), onde o simples ato de abrir a janela se torna um gesto desesperado de busca por contato humano.

A letra também traz metáforas que ampliam o sentimento de desamparo, como na passagem “Venus, planet of love / Was destroyed by global warming / Did its people want too much too?” (“Vênus, planeta do amor / Foi destruído pelo aquecimento global / Será que seu povo também quis demais?”). Aqui, Mitski compara o desejo por afeto a algo potencialmente autodestrutivo, sugerindo que querer demais pode levar à solidão. Os pedidos por um “good, honest kiss” ou um “good movie kiss” (“um beijo bom, honesto” ou “um beijo de filme”) vão além do romance, expressando a necessidade básica de contato e validação. O videoclipe reforça essa ideia ao mostrar Mitski percebendo que a “ninguém” da música é ela mesma, aprofundando o retrato da solidão intensa e da sensação de invisibilidade. “Nobody” se destaca por transformar experiências pessoais em uma expressão direta e universal do sentimento de solidão.