LA FINE

Reflexão sobre fama e desgaste em “LA FINE” de Måneskin

Em “LA FINE”, Måneskin aborda o lado obscuro do sucesso, questionando a ideia de que a fama representa um novo começo. A frase repetida “Sappi che non è l'inizio, è la fine” (“Saiba que não é o começo, é o fim”) inverte a expectativa comum, sugerindo que o auge pode marcar o início do declínio ou de um ciclo de desgaste. Essa visão é reforçada pela metáfora “Anche la rosa più bella ha le spine” (“Até a rosa mais bonita tem espinhos”), mostrando que até as maiores conquistas trazem dores e consequências inesperadas. O contexto da banda, que enfrentou uma rápida ascensão internacional, está diretamente ligado a esse sentimento de peso e pressão da notoriedade.

A letra expõe de forma direta as dificuldades e desilusões após o sucesso. Em “Ho girato il mondo, ho visto gente / No, non è come lo immaginavo” (“Viajei pelo mundo, vi pessoas / Não, não é como eu imaginava”), Måneskin revela que a realidade da fama é bem menos glamourosa do que parece. O trecho “Mi hanno trattato come un santo, poi giudicato / Guardato male come fossi pregiudicato” (“Me trataram como um santo, depois julgaram / Olharam torto como se eu fosse um criminoso”) destaca a instabilidade da opinião pública e o julgamento constante. Já “Forse l'unica risposta è partire / O restare a marcire” (“Talvez a única resposta seja partir / Ou ficar e apodrecer”) expressa o dilema entre fugir desse ambiente tóxico ou permanecer e se corroer. O tom reflexivo e sombrio da música, aliado à energia do rock, intensifica a sensação de inquietação e a busca por sentido diante do vazio do sucesso passageiro.