Torna a casa

Liberdade e redenção em "Torna a casa" do Måneskin

Em "Torna a casa", do Måneskin, Marlena é mais do que uma figura romântica: ela simboliza liberdade, criatividade e a essência vital da banda, como os próprios integrantes já explicaram. O pedido insistente para que Marlena volte — “Quindi Marlena torna a casa / Che il freddo qua si fa sentire” (“Então Marlena, volte para casa / Porque o frio aqui começa a ser sentido”) — vai além de um reencontro amoroso. Representa o desejo de recuperar inspiração e sentido de vida, especialmente diante do vazio e do "frio" existencial causado por sua ausência.

A letra aborda sentimentos de saudade, busca por redenção e autossuperação. Versos como “Per imparare a perdonare tutte le mie colpe / Perché anche gli angeli a volte han paura della morte” (“Para aprender a perdoar todas as minhas culpas / Porque até os anjos às vezes têm medo da morte”) mostram que reencontrar Marlena também significa perdoar a si mesmo e enfrentar as próprias fraquezas. Imagens como “coperto di spine” (“coberto de espinhos”) e “col sangue sulle mani scalerò tutte le vette” (“com sangue nas mãos escalarei todos os picos”) reforçam a ideia de superar dores e obstáculos. A referência a “Alice, le sue meraviglie e il Cappellaio Matto” (“Alice, suas maravilhas e o Chapeleiro Maluco”) amplia o sentido da jornada, associando-a à busca por autodescoberta mesmo em meio ao desconhecido.

O refrão repetitivo e a carga emocional da música, especialmente nas apresentações ao vivo, intensificam o sentimento de urgência e vulnerabilidade. "Torna a casa" se destaca como uma metáfora poderosa sobre a necessidade de reconexão com aquilo que nos faz sentir vivos, seja uma pessoa, um ideal ou a própria liberdade criativa.