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Fragilidades

Monna Brutal

Letra

    Larga o meu corpo
    Esquece minha mente, você mente
    Sente o gosto do que vocês causaram ao meu redor
    Uma fraca, fácil, faca afiada, fala áspera e tudo assusta
    Me experimente eu seu pó
    Ó

    Toca na minha teta e sente o pulsar da minha vida
    Que derrama-se em rimas e suor

    De fato, não estou trago comigo ancestrais
    A paz veio depois da guerra
    Sol iluminou o pó

    Cuja qual o fóssil se esconde
    Pois o meu passado é a morte tu deveria saber
    Tu procura minha estrutura pra quebrar е consertar
    Mas sou a base da estrutura que dá um teto pra você

    Sou dolorida e difícil
    Minha calma é capaz de acertar como um míssil
    Cansada há anos, eu sei que já passei do início
    Tu falava afeto e era falso, afetando o que te entreguei de melhor

    Mas guardei comigo
    Como aquele desenho
    Olho e me lembro que nada é plano
    A terra é redonda feito um ego inflado
    Posses e possessos vivem mastigando sonhos

    Quando o Sol raiar vou levantar, gravar, mixar
    E fazer chegar até você
    Já que uma conversa não te cabe
    Foge quando é a vez de arder pra você

    Fiz um funeral, lá no meu quintal
    Chorei sua morte e te enterrei dentro de um choro profundo
    Eles falam mal, eu me alimento mal
    O sistema é mal
    Chove rabo sujo

    Numa ventania de atitude desleal
    Que o tornado venha e termine de levar tudo
    Quebram se os laços
    Os abraços rasos
    O passado enterrei no soluço

    11. Produção em Massa

    No mais eu te conto, várias fita na pista
    As feridas no rosto
    A mazela na mente
    Eu pressinto quem mente
    Sigo habitando o morro

    Jova
    Instalada no berço ao qual fui criada, instruída
    Desde 1997, a peste se multiplica
    Sigo avante
    Embatia até mesmo antes de saber nomear
    Todo esse ódio mirado na cara do povo do lado de cá

    Vim te lembrar, que as ruas ainda sento todo peso
    Do medo e da fome, desprezo e a morte, metralhas em carros a nos vigiar
    Qualquer vestígio, de felicidade incomoda não deixe provas
    Eles querem meu sangue, elas querem minha queda
    Minha vida te choca

    Foda-se
    Não faço promessas, um objetivo é proposta
    Pois a vida é uma grande certeza que eu sempre recuso tratar como aposta
    Eu sinto em dizer, mas muita aconteceu no trajeto de lá pra cá
    E pude notar como tudo é tão podre por isso eu decidi me trancar
    Desenrolar meu segundo álbum esse é o Lado A
    Quatro dias de gravina, e a sina que fica é poder trampa
    Independente, de gravadoras, contratos, condensadores
    Contatos, investimentos, permuta, espectadores
    Tudo belo, junto de um discurso falso de levante
    Porcentagens abusivas, prestações irrelevantes

    A lavagem
    Que branquelo
    Tentou jogar na minha boca
    Pra fazer eu pensar que precisasse de contrato com uma gravadora
    Mas com as preta, não entregam nada como investimento
    Pega os créditos, faz de token, e chama de fortalecimento
    Fazemos tudinho, com conhecimento de prática e ancestral
    Vejo muito gangsta de ap, eu te apresento o rap de quintal
    Compartilhado com mais 4 casas, paredes geminadas
    Fiação bugada, mas mente focada em chegar até o final

    Nós queremos a grana, é fato
    Mas nunca foi pela ostentação
    Saúde pouca, alimentação baixa
    Me diga onde está o inferno então
    Perdi as contas de quantas perdas
    E sigo cabreira desde então
    Em terra de rap hop hari, nóis é raridade de expressão

    Eu estou ciente desde que me vejo gente
    Que a produção em massa sempre exige um padrão
    Cash é bem gostoso, mas eu não me modifico
    Sigo sendo real rap não nasci pra ter patrão
    A fome machuca, mas dignidade preenche
    Quando o peito sente o peso da marginalização
    Eu reclamo pouco tento adiantar meu corre
    Pra salvar quem for possível dessa maldita função

    Eu cortando peças no cozinhas
    Pensando no lucro, criando visão, de escape e pausa do corre
    Escorre a forte impressão de pressão, se o mal se achega
    Me mantenho forte e desvio já que vivo na contramão
    Já nem costumo achar ofensivo notar tudo indo em mesma direção

    Não sinto atração, por coisas estéticas
    Eu sou quebrada
    O laços, que liga os meus e as minhas na vida e cria um grande embaraço
    Um salve a todes
    Que ultrapasse a utopia
    Do sorriso ser nosso fato
    E aos preto que sobre dinheiro
    E falte segurança em qualquer mercado
    Sigo indo independente, de fobias inconsequentes
    Moralismo assassino e white
    O clima tá sempre tenso
    Sente

    Qual o sentido de voar nas asas de um livre arbítrio?
    É sobre vida e morte, espaço
    Isso é sobre gente
    Fazendo meus corres vivo a sororidade com a vizinha
    Eu viva sou possibilidade de vida pras criancinha
    Recebo olhares de questionamento, e imagino as resoluções
    É pelo gueto, não somos só números
    Sigo firme na missão


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