I'm So Bad (Baby I Don't Care)

Exagero e ironia rebelde em “I'm So Bad (Baby I Don't Care)”

“I'm So Bad (Baby I Don't Care)”, do Motörhead, adota uma postura de autoconfiança e arrogância levada ao extremo, algo que o próprio Lemmy Kilmister definiu como uma “total Macho-Song”. A letra é marcada por hipérboles e imagens absurdas, como “I make love to mountain lions” (faço amor com leões da montanha) e “Sleep on red-hot branding irons” (durmo em ferros de marcar em brasa), que satirizam e exageram o estereótipo do homem destemido e indomável. Frases como “Bed's a mess of rattlesnakes” (a cama é um ninho de cascavéis) e “Voodoo child, black cat bone” (criança do vodu, osso de gato preto) reforçam essa persona quase mítica, misturando perigo, sexualidade e humor de forma caricata.

O refrão “I'm so bad, baby I don't care” resume o espírito da música: uma rejeição das convenções sociais e um orgulho quase cômico de ser visto como “mau” ou fora dos padrões. Lemmy brinca com sua própria imagem de lenda do rock ao dizer que é “older than The Rolling Stones” (mais velho que os Rolling Stones) e “black-hearted to the bone” (coração negro até o osso), misturando referências à cultura pop, à sua trajetória e a clichês do gênero. Expressões como “Wham, bam, thank you ma'am” (pá, pá, obrigado senhora) e “Overkill, walk the line, kill the lights, it's lampshade time” (Overkill, siga a linha, apague as luzes, é hora do abajur) trazem duplo sentido sexual e ironizam a vida desregrada, sempre com deboche. No fim, a música celebra a atitude rebelde de forma divertida, sem se levar a sério, o que a torna uma das letras mais autênticas e bem-humoradas do Motörhead.