exibições de letras 12

Mandume (part. Drik Barbosa, Rico Dalasam, Emicida, Muzzike e Raphão Alaafin)

Muzzike

Letra

    Eles querem que alguém que vem de onde nós vem
    Seja mais humilde, baixe a cabeça
    Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda
    Eu quero é que eles se

    Eles querem que alguém que vem de onde nós vem
    Seja mais humilde, baixe a cabeça
    Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda
    Eu quero é que eles se

    (Nunca deu nada pra nós, caralho)
    (Nunca lembrou de nós, caralho)
    (Nunca deu nada pra nós, caralho)
    (Nunca lembrou de nós, caralho)

    Sou Tempestade, mas entrei na mente tipo Jean Grey, xinguei
    Quem diz que mina não pode ser sensei? Ginguei, sim, sei
    Desde a Santa Cruz, playboys
    Deixei em choque tipo Racionais, Hey Boy
    Tanta ofensa, luta intensa, nega a minha presença
    Chega, sou voz das nega que integra resistência
    Truta, rima a conduta, surta, escuta, vai vendo
    Tempo das mulher fruta, eu vim menina veneno
    Sistema é faia, gasta, arrasta Cláudia, que não raia
    Basta de Globeleza
    Firmeza? Mó faia
    Rima pesada basta, eu falo memo, igual Tim Maia
    Devasta esses otário, tipo calendário maia
    Feminismo das preta bate forte, mó treta
    Tanto que hoje cês vão sair com medo de bu (uh)
    Drik Barbosa, não se esqueça
    Se os outros é de tirar o chapéu, nós é de rancar cabeça

    Mas, mano, sem identidade somos objeto da história
    Que endeusa herói e forja, esconde os reto na história
    Apropriação há eras, desses tá repleto na História, mas
    Nem por isso que eu defeco na escória, huh
    Pensa que eu num vi? Eu senti a herança de Sundi
    Ata, não morro incomum e, pra variar, herdeiro de Zumbi
    Segura o boom, fi, é um e dois e três e quatro, não importa
    Já que querem eu cego, eu tô pra ver um daqui sucumbir, não
    Pela honra vinha Man Dume, tira a mão da minha mãe
    Farejam medo? Vão ter que ter mais faro
    Esse é o valor dos reais: Caros
    Ao chamado do alimamo, Nkosi Sikelel', mano
    Só sente quem teve banzo (entendeu?)
    Eu não consigo ser mais claro
    Olha pra onde os do gueto vão pela dedução de quem quer redução
    Respeito, não vão ter por mim? Protagonista, ele é preto, sim
    Pelo gueto, vim mostrar o que difere
    Não é a genital ou o macaco que fere
    É igual me jogar aos lobos
    Eu saio de lá vendendo colar de dente e casaco de pele

    Meme de negro é
    Me inspira a querer ter um rifle
    Meme de branco é
    Não trarão de volta Yan, Gamba e Rigue
    Arranca meu dente no alicate, mas não vou ser mascote de quem azedar marmita
    Sou fogo no seu chicote, enquanto a pessoa for morte, pra manter a ideia viva
    Domado eu não vivo, eu não quero ser o crivo e ver minha mãe jogar rosas, ô
    Sou cravo vivido dentre os espinhos treinado com as praga da horta
    Pior que eu já morri tantas antes de você me encher de bala
    Não marca, nossa alma sorri, brilhar é resistir nesse campo de fardas
    (Cê é louco, cachoeira)

    Eles querem que alguém que vem de onde nós vem
    Seja mais humilde, baixe a cabeça
    Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda
    Eu quero é que eles se

    Eles querem que alguém que vem de onde nós vem
    Seja mais humilde, baixe a cabeça
    Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda
    Eu quero é que eles se

    (Nunca deu nada pra nós, caralho)
    (Nunca lembrou de nós, caralho)
    (Nunca deu nada pra nós, caralho)
    (Nunca lembrou de nós, caralho)

    Banha meu símbolo, borda meu manto, que eu vou subir como rei
    Cês vive da minha cicatriz, eu tô pra ver sangrar o que eu sangrei
    Com a mente a milhão, livre como Kunta Kinte, eu vou ser o que eu quiser
    Tá pra nascer playboy pra entender o que foi ter as corrente no pé, uh
    Falsos quanto Kleber Aran, os vazio abraça
    La Revolução tucana, hip-hop reaça
    Doce na boca, lança perfume na mão, manda o mundo se foder
    São os noia da Faria Lima, jão, é a Cracolândia blasé
    É Jesus de polo listrada, no corre, corte degradê
    Descola o pôster do 2Pac que cês nunca vão ser
    Original favela, Golden Era, rua no mic
    Hoje os boy paga de drão, ontem nós tomava seus Nike
    Os vira-lata de vila e os pitbull de portão
    Muzzike, filho de faxineira, eu passo o rodo nesses cuzão
    Ando com a morte no bolso, espinhos no meu coração
    As hiena tão rindo de quê se o rei da savana é o leão?

    Canta pa saldar, negô, seu rei chegou
    Sim, Alaafin, vim de Oyó, Xangô
    Daqui de Mali pa Cuando, de iorubá ao banto
    Não temos papa, nem na língua ou em escrita sagrada
    Não, não na minha gestão, chapa
    Abaixa sua lança-faca, espingarda faiada
    Meia-volta na barca, Europa se prostra
    Sem ideia torta, no rap eu vou na frente da tropa
    Sem eucaristia no meu cântico
    Me veem na Bahia em pé, dão ré no Atlântico
    Tentar nos derrubar é secular
    Hoje chegam pelas avenidas, mas já vieram pelo mar
    Oyá, todos temos a bússola de um bom lugar
    Uns apontam pa Lisboa, eu busco Omongwa
    Se a mente daqui pa frente é inimiga
    O coração diz que não está errado, então siga

    Dores em loopcínio, os cu diz símio, quê?
    Ao ver o Simonal que cês não vai foder
    Grande tipo Ron Mueck, morô, moleque? Zé do Caroço
    Quer photoshop melhor que dinheiro no bolso?
    Vendo os rap vender igual Coca, fato, não, não, melhor
    Entre nós não tem cabeça de rato
    É Brasil, exterior, capital, interior
    Vai ver nós gargalhando com o peito chei de rancor
    Como prever que freestyles, vários necessários
    Vão me dar a coleção de Miley Cyrus
    Misturei Marley, Cairo, Harlem, Pairo, firmeza?
    Tipo Mario, entrei pelo cano, mas levei as princesa
    Várias diss, não sou santo, ímã de inveja é banto
    Fui na Xuxa pra ver o que fazer, se alguém menor te escreve tanto
    Tô pelo adianto e as favela, entendeu? Considere
    Se a miséria é foda, chapa, imagina eu
    Scorsese, minha tese não teme, não deve, tão breve
    Vitórias do gueto, luz pra quem serve
    Na trama, conhece os louro da fama
    Okay, agora olha os preto, chama

    Eles querem que alguém que vem de onde nós vem
    Seja mais humilde, baixe a cabeça
    Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda
    Eu quero é que eles se

    Eles querem que alguém que vem de onde nós vem
    Seja mais humilde, baixe a cabeça
    Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda
    Eu quero é que eles se

    (Nunca deu nada pra nós, caralho)
    (Nunca lembrou de nós, caralho)
    (Nunca deu nada pra nós, caralho)
    (Nunca lembrou de nós, caralho)

    É mais do que fazer barulho e ver retomar o que é nosso por direito
    Por eles, continuávamos mudos, quem dirá fazendo história, até livro feito
    Entenda que descendemos de África e temos como legado ressaltar a diáspora de um povo oprimido
    Queremos mais do que reparação histórica, ver os nossos em evidência e isso não é um pedido
    Chega de tanta didática, a vida é muito vasta pra gastar nosso tempo ensinando o que já deviam ter aprendido
    Porque mais do que um beat pesado é fazer ecoar na sua mente o legado de Mandume
    E, no que depender da minha geração, parça, não mais passarão impunes

    Composição: Rico Dalasam / Raphão Alaafin / Muzzike / Emicida / Drik Barbosa / Amiri. Essa informação está errada? Nos avise.

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