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Caldeirão Dos Mitos

Nádia Maia

Letra

    Eu vi o céu à meia-noite
    Se avermelhando num clarão
    Como incêndio anunciado
    No apocalipse de são joão
    Porém não era nada disso
    Era um "curisco", era um lampião
    Eu vi um risco nos espaços
    Era um voou do sanhaçu
    Eu vi o dia amanhecendo
    No ronco do maracatu
    Não era lança de são jorge
    Era o espinho do mandacaru

    Eu vi o som na escadaria
    Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
    Não era o eco das trombetas
    De Josué e jericó
    Era um fole de oito baixos
    A tocar numa noite de forró

    Eu vi o sol ao meio-dia
    No meio do chão do ceará
    Não era o coro dos arcanjos
    Nem era a voz de jeová
    Era uma cascavel armando o bote
    Balançando o maracá
    Vi um magrelo amarelado
    Passando a perna no patrão
    Não foi ninguém da Inglaterra
    Nem de paris, nem do japão
    Era pedro malazarte
    Era João Grilo e era Cancan
    Vi uma mão fazer o barro
    Um homem forte
    Um homem nu
    Um homem branco como eu
    Um homem preto como tu
    Porém não foi a mão de Deus
    Foi vitalino de caruaru

    Vou misturar
    O caldeirão do meu nordeste


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