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Só Morrendo Pra Viver a Vida Eterna

Nego Lê

Letra

    Foi um vento que passou
    Te trouxe de passagem e o levou
    Aprender a conviver ó cara não tá fácil
    A tua ausência é inaceitável, insuperável
    Na madrugada eu já peguei o pai e a mãe nos cantos

    Olhos vermelhos, lágrimas e prantos
    Meu peito está angustiado, que porra foda
    Nariz que escorre sempre mano como agora
    Que droga não há nada que me anima
    É embaçado ter que encarar sua partida

    Os aliados me confortam com palavras otimistas
    Mas é dor demais, nada me distrai
    Ouvi o Billy e o Jipê mandar um salve
    Cê faz falta, na cohab desfez aqui
    Sua pessoa ilustre desperta muita saudade
    Preto destinto trabalhava em prol da comunidade

    Saiba aos pouco tô realizando
    Os sonhos de vencer no rap nosso som tá estralando
    Tô conseguindo o que você queria tanto
    Reconhecimento por lutar, acreditar com fé
    Querido irmão, que Deus o tenha
    Eu sei que daí mesmo estás torcendo por nós

    Mesmo tão distante sinto a tua presença
    Estarei ouvindo a sua voz hoje mais do que nunca
    Queria ter em mãos a lâmpada de Alladim e suplicar ao
    Gênio somente um único pedido
    Se esse pesadelo tivesse fim eu trocaria o meu dom

    Por esse feito incrível, daí
    Voltava tudo ser como era antes
    Lá na goma à pampa sem tristeza paz constante
    Mas, eu sei, nem sempre o que desejo é possível
    A vida tem disso
    Lá se vai o meu sorriso

    Foi um vento que passou
    Te trouxe de passagem e o levou

    Sabe nego, na tua missa de sétimo dia
    Vi de perto o desespero, agonia de sua mina
    Uma voz rouca de tanto chorar
    Fazendo o possível e o impossível pra aguentar
    Apesar das brigas ela te amava de verdade
    Queria o seu bem, também sua felicidade

    Agora seja o guia dela irmão
    Caminhe junto a ela dando proteção
    Se não bastasse o Jefferson morrer perto de mim
    Pedindo ajuda e socorro no extremo do seu fim
    Eu vi um dia desses a réplica dessa maldita cena
    Com novos personagens mais a conclusão a mesma

    O mano Billy irado quase caiu no meu colo
    Se debatendo lá no barro sólido adivinha
    Quem assentou o dedo ou quem fechou os olhos morto
    A nova geração se matando uns aos outros
    Nossa quebrada continua violenta
    Guerra contra a vizinhança sempre trouxe
    Conseqüências

    Função armada sendo assim estimulada
    Inibindo o perigo cada vez tá mais ousada
    Dando bala de automática, cê pá
    Insinuando a coragem, intimidando os inimigos
    Facilitando a vantagem dando-me pro azar
    A melhor defesa nunca foi nunca será atacar

    Fico me interrogando o dia inteiro
    Desde o vigésimo-quarto dia de janeiro
    Digo irmão como andam as coisas onde você está
    Talvez tenha encontrado com vários manos de cá
    Desencarnados, com missões cumpridas
    Sei que após a morte existe vida
    Mas eu só queria que voltasse ser como era antes
    Impossível
    A vida tem disso, lá se vai o meu sorriso

    Foi um vento que passou
    Te trouxe de passagem e o levou

    A chuva que esse vento traz, congela o meu sorriso
    Provoca alterações, manipula o pensamento
    Destrói a alto-estima inibe o otimismo
    Amadurecendo friamente os meus sentimentos
    Lição sem teoria, a morte nos ensina

    Ser operado sem anestesia
    Quem já perdeu um parente, um ente-querido
    Já tem noção do que eu estou sentindo
    Somente o senhor divino tem razões que eu desconheço
    Permanece viva a gota de esperança pra revê-lo
    Talvez no sonho, talvez enquanto eu durmo

    Talvez me observando lá no quarto escuro
    O velho que é coveiro se aproxima com olhar sério
    Cinco da tarde o expediente está no término
    No cemitério a hora passa rapidamente
    Na oração eu peço que Deus o oriente
    Tudo ao redor me faz lembrar sua presença em todo
    Lugar

    Basta eu olhar
    Até mesmo para as flores que aqui, do bom pastor
    Para um homem que registra a festa de quando se
    Formou
    Celebridade na memória duração perpétua
    Jesus me diz se existe luz no fim do precipício
    Só morrendo pra viver a vida eterna
    Eternamente em crise, mortalizado eu vivo

    Foi um vento que passou
    Te trouxe de passagem e o levou


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