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Letra

    Eu sou a alma de tudo que é vivo
    Sou África e Brasil
    Teu conterrâneo e não
    Não rejeitei teu pão

    Fui criado nisso e vivi nisso
    Já fui da tribo e fui do cais
    Já fui quem deu a cara tapa
    E já me vi curvado, não mais

    Hoje sou batuque do olodum
    E já fui lamento do sertão
    Já fui o choro da guitarra, já fui palma, fui tambor
    Hoje eu sou funk tamborzão

    Sou a peste do karma
    Fui morte mas ainda sou vida
    Sou voz da rezadeira
    E sou o silêncio que o mundo quer

    Sou expressão da minha herança
    Aho, axé
    Fui branco mudando a rota
    E não escolhi miscigenar
    Fui banzo, tentei ser cota
    E me restou ouvir o fuzil

    Eu sou o homem jogado na rua
    Embriagado pelo cinza da cidade crua
    Da crueldade nua passada pela cultura
    Questionando divindades por que essa vida tem que ser sua

    Eu sou o rico que esbanja dinheiro
    E passa por centenas de pobres o dia inteiro
    Dizendo não ajudar porque isso é dever do governo
    Enquanto come caviar e consome o desnecessário em exagero

    Eu sou o puteiro e também sou a família
    Eu sou o lixeiro que faz o trabalho que cê não faria
    Eu sou o deserto, eu sou a ilha
    Eu sou aberto ao mundo mas sou fechado pra mim mesmo, quem diria

    Eu sou a alma de tudo que é vivo
    Sou África e Brasil
    Teu conterrâneo e não
    Não rejeitei teu pão

    Fui branco mudando a rota
    E não escolhi miscigenar
    Fui banzo, tentei ser cota
    E me restou ouvir o fuzil
    Eu sou a África e o Brasil

    Eu sou de farda mas eu sou de fardo
    Sou preto no branco, índio, amarelo e pardo
    Eu sou a grávida que vai dar luz a parte do futuro
    Esperando um pouco do melhor pra quem ainda vive no escuro

    Eu sou preto no branco, sou índio, amarelo
    Mestiço, sou mulher
    Sou Buda, sou Jah, Oxalá, Maomé

    Sou o burguês que come número e arrota caviar
    Resistência do cocar ouvindo os tiro de fuzil
    E até em Dezembro eu sou o Rio

    Eu sou a alma de tudo que é vivo
    Sou África e Brasil
    Teu conterrâneo e não
    Eu mesmo fiz meu pão

    Eu sou a alma de tudo que é vivo
    Sou África e Brasil
    Teu conterrâneo e não
    Eu sou a história que cê não viu


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