FUNERAL

Reflexão sobre amadurecimento e perda em “FUNERAL”

Em “FUNERAL”, Neoni utiliza a metáfora de assistir ao próprio velório para retratar a morte simbólica de uma versão antiga de si mesma. O verso “Dressed in all black, I'm giving the eulogy / RIP to the kid that I used to be” (“Vestida de preto, estou fazendo o discurso / Descanse em paz para a criança que eu costumava ser”) deixa claro o luto pela infância ou inocência perdida, resultado das decepções e dificuldades enfrentadas ao longo da vida. A repetição de “Got front row seats to my funeral” (“Tenho assento na primeira fila do meu funeral”) reforça a ideia de estar consciente e até espectadora desse processo de transformação dolorosa.

A música também aborda a pressão por perfeição e o peso do arrependimento. Em “I tried to be so picture perfect / Wasn't worth it / So I left it in the dirt, yeah” (“Tentei ser tão perfeita / Não valeu a pena / Então deixei isso para trás”), Neoni reconhece que buscar padrões inalcançáveis não trouxe felicidade, e que abandonar essa busca é necessário para seguir em frente. O trecho “I swear, I can still feel her haunting me / Disappointed with who I turned out to be” (“Juro, ainda sinto ela me assombrando / Decepcionada com quem me tornei”) revela o conflito interno e a culpa por deixar para trás partes consideradas melhores de si mesma. Imagens como “black roses” (“rosas pretas”) e “sleep in that hearse to remind me of me” (“durmo naquele carro funerário para me lembrar de mim”) reforçam o tom sombrio e introspectivo, mostrando que aceitar a mudança exige encarar o luto pelas versões antigas de si. “FUNERAL” se destaca como um retrato honesto do amadurecimento e da necessidade de deixar o passado para trás.