Cayenne
Ô mon vieux Maroni, ô Cayenne la douce !
Je vois les corps penchés de quinze à vingt fagots
Autour du mino blond qui fume les mégots
Crachés par les gardiens dans les fleurs et la mousse
Un clop' mouillé suffit à nous désoler tous
Dressé seul au-dessus des rigides fougères
Le plus jeune est posé sur ses hanches légères
Immobile, attendant d'être sacré l'époux
Et les vieux assassins se pressant pour le rite
Accroupis dans le soir tirent d'un bâton sec
Un peu de feu que vole, actif, le petit mec
Plus émouvant et pur qu'une émouvante bite
Le bandit le plus dur, dans ses muscles polis
Se courbe de respect devant ce gamin frêle
Monte la Lune au ciel. S'apaise une querelle
Bougent du drapeau noir les mystérieux plis
T'enveloppent si fins, tes gestes de dentelle !
Une épaule appuyée au palmier rougissant
Tu fumes. La fumée en ta gorge descend
Tandis que les bagnards, en danse solennelle
Graves, silencieux, à tour de rôle, enfant
Vont prendre sur ta bouche une goutte embaumée
Une goutte, pas deux, de la ronde fumée
Que leur coule ta langue. Ô frangin triomphant
Divinité terrible, invisible et méchante
Tu restes impassible, aigu, de clair métal
Attentif à toi seul, distributeur fatal
Enlevé sur le fil de ton hamac qui chante
Ton âme délicate est par delà les monts
Accompagnant encor la fuite ensorcelée
D'un évadé du bagne, au fond d'une vallée
Mort, sans penser à toi, d'une balle aux poumons
Élève-toi dans l'air de la Lune ô ma gosse
Viens couler dans ma bouche un peu de sperme lourd
Qui roule de ta gorge à mes dents, mon amour
Pour féconder enfin nos adorables noces
Colle ton corps ravi contre le mien qui meurt
D'enculer la plus tendre et douce des fripouilles
En soupesant charmé tes rondes, blondes couilles
Mon vit de marbre noir t'enfile jusqu'au cœur
Regarde-le dressé dans son couchant qui brûle
Et va me consumer ! J'en ai pour peu de temps
Si vous l'osez, venez, sortez de vos étangs
Vos marais, votre boue où vous faites des bulles
Âmes de mes tués ! Tuez-moi ! Brûlez-moi !
Michel-Ange exténué, j'ai taillé dans la vie
Mais la beauté Seigneur, toujours je l'ai servie
Mon ventre, mes genoux, mes mains roses d'émoi
Cayenne
Ô meu velho Maroni, ô Cayenne, tão doce!
Vejo os corpos curvados de quinze a vinte fardos
Ao redor do loiro que fuma os restos
Cuspidos pelos guardas nas flores e na grama
Um cigarro molhado é o suficiente pra nos desolar
Erguido sozinho acima das samambaias rígidas
O mais jovem está posado em suas ancas leves
Imóvel, esperando ser consagrado o esposo
E os velhos assassinos se apressando para o rito
Abaixados na noite tiram de um galho seco
Um pouco de fogo que o moleque ativo rouba
Mais comovente e puro que um membro comovente
O bandido mais durão, com seus músculos polidos
Se curva de respeito diante desse garoto frágil
A Lua sobe no céu. Uma briga se apazigua
Movem-se as misteriosas dobras da bandeira negra
Te envolvem tão finas, teus gestos de rendinha!
Um ombro apoiado no palmeira avermelhada
Tu fumas. A fumaça desce em tua garganta
Enquanto os prisioneiros, em dança solene
Sérios, silenciosos, um a um, criança
Vão pegar de tua boca uma gota perfumada
Uma gota, não duas, da fumaça redonda
Que escorre de tua língua. Ô irmão triunfante
Divindade terrível, invisível e malvada
Tu permaneces impassível, agudo, de metal claro
Atento a ti mesmo, distribuidor fatal
Levantado na corda do teu rede que canta
Tua alma delicada está além das montanhas
Acompanhando ainda a fuga encantada
De um fugitivo do presídio, no fundo de um vale
Morto, sem pensar em ti, de um tiro nos pulmões
Eleva-te no ar da Lua, ô minha garota
Vem derramar na minha boca um pouco de sêmen pesado
Que rola de tua garganta até meus dentes, meu amor
Para finalmente fecundar nossas adoráveis núpcias
Cole teu corpo extasiado contra o meu que morre
De foder a mais tensa e doce das travessuras
Pesando encantado tuas redondas, loiras bolas
Meu membro de mármore negro te penetra até o coração
Olha-o erguido no seu pôr do sol que queima
E vai me consumir! Tenho pouco tempo
Se vocês se atrevem, venham, saiam de seus pântanos
Seus brejos, sua lama onde vocês fazem bolhas
Almas dos meus mortos! Matem-me! Queimem-me!
Michelangelo extenuado, eu esculpi na vida
Mas a beleza, Senhor, sempre a servi
Meu ventre, meus joelhos, minhas mãos rosas de emoção