L'internationale

A força coletiva e revolucionária em “L'internationale”

“L'internationale”, interpretada por Ogéret Marc, é um hino que rejeita abertamente a ideia de líderes salvadores, como fica claro no verso “Ni Dieu, ni César, ni tribun” (“Nem Deus, nem César, nem tribuno”). A música defende que a libertação dos oprimidos só pode ser conquistada pela ação direta dos próprios trabalhadores, sem esperar por figuras messiânicas. Essa postura reflete o contexto da Comuna de Paris, quando Eugène Pottier escreveu a letra em meio à repressão, e reforça o ideal de autogestão e solidariedade entre os trabalhadores.

A letra traz imagens marcantes, como “La raison tonne en son cratère / C'est l'éruption de la fin” (“A razão ressoa em sua cratera / É a erupção do fim”), comparando o despertar da consciência de classe a uma erupção vulcânica, sinalizando uma transformação social inevitável e intensa. O refrão “C'est la lutte finale / Groupons nous, et demain / L'Internationale / Sera le genre humain” (“É a luta final / Unamo-nos, e amanhã / A Internacional / Será o gênero humano”) destaca a importância da união dos trabalhadores para superar as divisões de classe e construir uma sociedade igualitária. Versos como “L'état comprime et la loi triche / L'impôt saigne le malheureux / Nul devoir ne s'impose au riche” (“O Estado reprime e a lei engana / O imposto sangra o infeliz / Nenhum dever se impõe ao rico”) denunciam a exploração e a injustiça social.

Na versão de Marc Ogeret, que inclui os seis versos originais, a mensagem revolucionária se amplia, abordando desde a crítica à exploração econômica até o chamado à insurreição e à solidariedade internacional. “L'internationale” segue como símbolo de mobilização e esperança para quem luta por justiça social, defendendo a ruptura com o passado e a construção de um mundo baseado na igualdade e no trabalho coletivo.