Hated By Life Itself

Empatia e vazio existencial em “Hated By Life Itself”

"Hated By Life Itself", de Oktavia, aborda de forma direta o sofrimento emocional e o peso de viver em um mundo onde a dor parece inevitável. A música destaca o paradoxo de desejar a morte não por si mesmo, mas para evitar presenciar o sofrimento de quem se ama, como fica claro no trecho: “While I don’t care to die / I don’t mind a bit / But someone I love? / God, I think I’d wish I did” (Enquanto não me importo em morrer / Não ligo nem um pouco / Mas alguém que eu amo? / Deus, acho que eu gostaria de me importar). Aqui, a dor alheia se mostra mais insuportável do que a própria, invertendo o instinto de autopreservação.

A canção também critica a pressão social para aparentar felicidade, mesmo quando sentimentos negativos predominam. Isso aparece em “Cowering in our hatred / Has become a fashion trend / Even so, we’re supposed to / Live a peaceful life?” (Nos encolhermos em nosso ódio / Virou uma tendência / Mesmo assim, devemos / Levar uma vida pacífica?). O risco de comportamentos autodestrutivos é sugerido em “humming young boy wandered / Off with a knife and an offer” (um jovem cantarolando saiu / Com uma faca e uma proposta), mostrando como muitos se sentem perdidos e sem motivo para viver. O refrão, “Everybody hated well by life itself / We’ll never know why” (Todos odiados pela própria vida / Nunca saberemos o porquê), reforça a sensação de vazio e a dificuldade de encontrar sentido.

No final, a música não oferece consolo fácil. O cinismo aparece ao tratar sentimentos como amizade e afeto como “gifts you can get for your money / Within but a whimsical fantasy” (presentes que você pode comprar / Mas não passam de uma fantasia caprichosa), sugerindo que até as conexões humanas parecem ilusórias. Ainda assim, proteger quem se ama surge como o único motivo legítimo para continuar, mesmo quando a vida parece sem propósito. "Hated By Life Itself" é um retrato honesto da luta contra o vazio, da empatia diante do sofrimento e da resistência silenciosa de quem segue vivendo.