Take What You Want (feat. 5 Seconds Of Summer)

Ruptura em “Take What You Want (feat. 5 Seconds Of Summer)”

O refrão não é só um “vai embora”; soa como partilha de bens e corte emocional. A presença do 5 Seconds of Summer com o One Ok Rock cria um quase diálogo em ruínas, em que vozes se cruzam e falham, encarnando “Silence strikes like a hurricane” (O silêncio atinge como um furacão). As imagens de “perfect storm”/“pouring rain” (tempestade perfeita/chuva torrencial) dão corpo ao colapso da comunicação: alguém tenta cantar, o outro grita, e nada se resolve. “Open doors, empty arms” (Portas abertas, braços vazios) resume a contradição de ter saídas diante de si e ainda assim sentir o vazio. Por isso, impor um limite vira a única decisão nítida: “Take what you want and go” (Leve o que você quiser e vá).

A narrativa vai da turbulência ao desapego prático: “I don’t want anything in our broken home... Not the memories” (Não quero nada no nosso lar despedaçado... nem as lembranças). A recusa pode soar amarga, mas também revela autopreservação — abrir mão até das lembranças para não prolongar o dano. “You were my life / Now you’re out of my life / I guess that’s life” (Você era minha vida/agora você está fora da minha vida/acho que a vida é assim) marca uma aceitação seca, sem romantização. No contexto do álbum Ambitions (2017) e da colaboração bem recebida, o peso do rock com melodia pop intensifica a catarse. Ao vivo, na turnê Ambitions, a banda reforçou esse impacto com um minuto e meio de silêncio antes do grito de Taka, materializando a violência do silêncio da letra e o rompimento como estalo final: primeiro a suspensão dolorosa; depois, a descarga que autoriza seguir em frente.